A garotada de hoje merece apanhar de vara de vergalhão...

[Corredor X]

Roubado do Kotaku, como sempre. Os caras do blog Nerd Balloon resolveram comprovar a teoria de que "no nosso tempo" os jogos eram melhores, mais difíceis e tal. Para tanto, pegaram um pirralho do alto de seus onze anos, com um extenso conhecimento de jogos atuais (no qual diz nunca ter jogado um título de plataforma e só consegue citar Halo 3 e Call Of Duty para exemplificar qualquer critério) e o colocaram para jogar alguns dos clássicos que fizeram muita gente arremessar o controle na parede nos bons tempos. O primeiro episódio é com Contra do NES, deliciem-se com o julgamento imparcial e totalmente embasado do fedelho:

http://www.nerdballoon.com/kerry-blog/p ... -episode-1

O próximo capítulo é com Battletoads...

[Petris]

Long live Contra! As crianças hoje não entendem nada.

[Joe]

É.. Ele não curtiu, mas também, era de se esperar, né?

Pega uma galera que é fã de Mega, Snes, Master, Nes e tals, pergunte se algum deles curte jogar Pong, Tele-Jogo, ou essas outras coisas da primeira geração. Só vai curtir quem realmente já teve tal console na infância.

O NES foi um console experimental, antes dele não tínhamos jogos complexos como SMB 1, Contra, etc (desconsiderando computadores). Os jogos eram difícieis mesmo, tão difíceis, que essa dificuldade foi considerada um erro a ser consertado na geração seguinte. Tanto que é raro ver algum jogo escabroso nos 16 bits. Claro que tem, mas não como tinha no Nes, por exemplo, aquilo ali era uma indecência. Conto nos dedos os jogos que zerei dele. O próprio Battletoads, que é bem difícil no Nes, não é muito desafiador no Mega (que tem uma versão idêntica, ou quase idêntica, nem lembro).

[Vectorman]

Caramba... O pior é que conheço pessoalmente muita gente com o perfil desse garoto (minha idade ajuda, infelizmente) ... Quero ver o pirralho jogando Battletoads... Acho que nunca mais vai encostar num joystick...

[puguinha]

o Contra é meio punk mesmo, tinha que começar com jogos mais fácil tipo Super Mario Bros; Sonic, TMNT. Ai depois ir para jogos mais HardCore . Desse jeito traumatiza os muleke

[Vectorman]

Tem que traumatizar mesmo... Uma pessoa que xinga jogos clássicos nem deveria jogar jogar vídeo game...

[puguinha]

Tem que traumatizar mesmo... Uma pessoa que xinga jogos clássicos nem deveria jogar jogar vídeo game...

não zuando o Sonic, tá valendo

[mokona666]

batletoads traumatisa ate eu e olha ke comesei com o tv jogo xD
+ realmente sauve state fas mau pra saude dos gamers modernos

[Vectorman]

E pensar que se eu tivesse nascido um pouco mais tarde e minha cidade não fosse a capital mais atrasada do Brasil eu teria o mesmo pensamento desse moleque...

[Er saturn]

da um alex kid ou shinobi pro garoto morder o controle...... e pra ele pirar de vez manda o supemonaco mega e supermetroid snes

[Corredor X]

É engraçado como o videogame é talvez o meio/arte para qual o tempo é mais cruel, ainda mais por ser talvez um dos mais novos - talvez justamente por isso, retrato de seu tempo e sua tecnologia como são, intimamente ligados a sua essência. Livros de centenas de anos atrás são apreciados, filmes beirando os cinquenta são obrigatórios, bandas com mais de quarenta são cultuadas, gibis com quase trinta são essenciais e jogos com pouco mais de dez, no entanto, são pré-históricos para a maioria. Além disso, deve ser o meio em que o entusiasta médio menos se dedique a conhecer as origens dos gêneros e conceitos por trás dos jogos atuais quando anteriores ao seu próprio tempo de introdução aos videogames, mesmo sendo história recente e com a disponibilidade dos emuladores à mão.

[Joe]

Mas também, querendo ou não, o público alvo dos jogos eletrônicos são as pessoas mais novas, crianças e adolescentes. E é justamente esse tipo de pessoa que costuma absorver apenas 'novidades', claro que há exceções, como em tudo. Mas no geral se importam com os 'lançamentos' e semelhantes, e o passado não faz diferença. Não apenas em jogos, mas em filmes e música também (não digo livros, pois duvido que algum deles coloque a mão em algum... ao menos nesse período ).

Lembro que uma vez estava lendo um tópico aleatório em algum fórum de cinema, daí algum usuário citou uma pequena lista de filmes que ele havia pego pra assistir. Tinham alguns clássicos dos anos 70 e 80, vários elogiaram, mas determinado leitor comentou algo tipo: "Legal... Mas um pouco velhos, não?". Sei que o cara foi massacrado nas páginas seguintes.

Mas a questão era: o tempo é parâmetro pra determinar se algum tipo de arte ou cultura é boa ou ruim? Que eu saiba, não, mas aquele usuário serviu pra exemplificar que a minha teoria não é tão idiota assim...

[Corredor X]

Mas é por isso que eu falei em entusiasta médio, Joe. Se você for pensar, para a parcela modinha da coisa, só o novo ou o essencialmente icônico (O Senhor dos Anéis, o lado mais pop dos Beatles, Laranja Mecânica, Evangelion, Watchmen) importa para qualquer coisa. Mas eu me referia ao sujeito que coloca alguma dedicação no segmento que resolveu acompanhar, começa a procurar as raízes daquilo que gosta e tal. Aí ele vai fuçar em Beowulf e lendas nórdicas para entender de onde o Tolkien bebeu a coisa do épico, as bandas de garagem dos anos 60 que abusavam da distorção ainda na base de agulhas e bicudas no amplificador, o Kubrick de Dr. Fantástico, a GAINAX de Asas de Honneamise e o Moore de Miracleman/Monstro do Pântano.

Eu acho isso incrível, essa garotadinha que vai atrás, procura saber de onde veio, fuça a net, busca o semelhante, repensa e analiza o que está acontencendo, procura alternativas, etc. São o meio termo entra a choldra ignóbil que se alimenta de qualquer coisa que o mass media vomite sobre eles e quem torce o nariz efetivamente para tudo o que é novo. Só que com videogames isso não acontece tanto, ao meu ver, talvez pelo que você citou em relação ao público-alvo original ser mais jovem e tal. Essa "classe média" não vai tão longe assim, mesmo consumindo produtos diretamente descendentes dos clássicos de outrora. Os videogames obviamente se garantem na prova do tempo, mas é um filão que vive mais de lembrança do que tudo, no sentido de retomada. Leia-se: não se joga emulador daquilo que não foi jogado no console na tenra idade e nem se baixa o mesmo na Live, Virtual Console e PSN. Tem gente que nunca teve curiosidade para saber como a série era antes de Final Fantasy VII, fora que já temos doze anos desde então e ele é jurássico faz tempo, o X já deve estar entrando na andropausa.

[puguinha]

Concordo com o Corredor, grande parte do pessoal não procura sabe os primordios das coisas. Essa mulequeda só estuda história porque é obrigado na escola/vestibular. E olha que o video-game não é tão velho como por exemplo: musica ou obras literarias e/ou artisticas. Só conhece os jogos porque Pai, Irmão, Tio comentou com o jovem. Como os games são apresentados logo os de última geração, o que for mais antigo que PS2, pra eles é tudo lixo. Mas pega ai uma criança de 6~7 anos é mostra um Atari com jogos tipo Enduro, Frogger, Pitfall, Centopeia; ela vai vidrada nesse jogos, com o tempo claro, ela vai conhecendo as altas tecnologias em VG, mas ainda vai ter aquela lembraça ao ver um Atari, SMS, NES.

[Pefpa]

Sou novo por aqui mas já vou dando meus pitacos

Não pude assistir o video, meu computador não acompanha as novas tendências tecnológicas

Como os games são apresentados logo os de última geração, o que for mais antigo que PS2, pra eles é tudo lixo. Mas pega ai uma criança de 6~7 anos é mostra um Atari com jogos tipo Enduro, Frogger, Pitfall, Centopeia; ela vai vidrada nesse jogos

Acho que esse é o segredo! Tenho um sobrinho de 6 anos e, sempre que posso, jogo emuladores com o guri. Ele tem acesso ao play2 e tudo o mais, mas se encanta com as velharias! Dia desses eu apresentei o Enduro pra ele, não acreditei quando o guri ficou impressionado e disse "baaaaahhh até fica de noite"! Em outra dessas ocasiões, tavam ele e uma priminha dele jogando emulador de Mega Drive (tomaram essa decisão sozinhos, eu tava até dormindo quando eles ligaram o computador), e decidiram catalogar as coisas que apareciam nos jogos! Tenho até a lista aqui comigo:

ninja gaigi (ninja gaiden - o guri chama de ninja gaigue), montanhas, cicoti (chicote), robo, flores, sonic, rio, vida, pedras, árvore, nave, planeta, cratera, vucão, canhão, poder, dragão, arapma (arma - essa eu demorei pra entender), lutas, paus, lanças, câmera, ladrão (os punks do streets of rage ), grades, pontos, bomba, caixas, postes, faixas, cachorro, baú, botas

O essencial eu diria que é a convivência com coisas de várias épocas, e essa convivência não existe naturalmente (a mídia gira em torno de novidades), os pirralhos precisam ter sempre um "padrinho" que faça a ponte, senão acabam ilhados!
Como o Corredor X falou, muito pouca gente que se diz fã de alguma modinha atual com raízes no passado conhece, ou pelo menos se interessa pelas origens daquilo. Nem é tanto culpa deles, eles só agem assim como reflexo de uma cultura que aliena, ainda mais quando se trata de um meio que é alvo de preconceitos desde que nasceu. Eu duvido que meu sobrinho fosse se interessar por jogos clássicos se não fosse a minha insistência.

E também tem o fator acessibilidade. A internet está presente na nossa rotina, mas eu mesmo tenho problemas para encontrar aquele jogo de DOS, e fazer downloads de alguma coisa mais pesada é sempre uma dor de cabeça. Em se tratando de jogos ainda tem a complexididade de emular alguns sistemas e esse tipo de coisa. Às vezes o cara simplesmente não tem facilidade pra chegar até a informação. Essa função toda desestimula e eu não culpo ninguém por se frustrar e continuar na comodidade do modismo. Claro que a maioria desses jovens que se dizem fãs disso e daquilo são aqueles playboys com um computador nervoso no quarto que só usam pra orkut e msn - mas ainda assim não existe aquele "padrinho" que faça a ponte!
Sim, posso estar sendo preconceituoso, mas acho que nesse caso é totalmente válido ser um pouco preconceituoso!

E ainda é provavel que o guri desse video aí passe a gostar de jogos retrô depois desse tratamento de choque, taí a minha aposta - o ódio é vital pra devida apreciação de alguns títulos