
Tudo começa nos meados dos anos 90, quando o leitor médio da RetroArkadeera um pimpolho que ia para a escola e depois passava a tarde na rua jogando taco até passar a noite jogando seu Super Ni***ndo ou Mega Drive. Naqueles tempos existia dentro da CES, a Chicago Consumer Electronics Show, um espaço dedicado aos videogames. Porém, era comum ver um Super Ni***ndodividindo espaço com um aspirador de pó, já que era uma feira de “consumo eletrônico”, ou seja, tinha de tudo.

Foi quando a então IDSA (Interactive Digital Software Association), hoje ESA(Entertainment Software Association), decidiram se mudar para Los Angeles e entre os dias 11 e 13 de maio de 1995 realizaram a primeira Electronic Entertainment Expo, conhecida por todos como a E3. Exato. Já são vinte anos desde a primeira edição da feira.
Um dia antes da feira, já tínhamos algo que seria padrão daquele ano em diante: as apresentações por parte das produtoras e estúdios, pois Tom Kalinske pela Sega e Steve Race pela S**y fizeram conferências para a imprensa trazendo seus novos sistemas, o Saturn e o Playstation, que já haviam sido lançados no Japão, mas estavam chegando naquele ano nos Estados Unidos. Um ano depois o mesmo aconteceu com a Ni***ndo e seu N64.

A Ni***ndo também apresentou naquele ano seu promissor fracasso: o Virtual Boy, aquele trambolho “portátil” que prometia jogos em 3D mas entregou foi dor de cabeça (no sentido literal) para seus donos. Além disso, Super Nintendos exibindo o Super Game Boy também estavam expostos. Porém o que chamou a atenção foi a ausência de Star Fox 2, que mais tarde viria a ser cancelado.
Além do 3DO, também existiram empresas que naquela época eram consideradas gigantes no mundo do videogame mas que hoje não existem ou diminuiram muito em seu prestígio, como a Acclaim, que ostentava um gigante estande no local com muitas modelos exibindo Batman Forever. Era possível tirar foto com o Batmóvel do filme, além de “conhecer” o Juiz Dredd.

Sobre o Playstation, muita gente pode conferir em primeira mão os jogos daS**y na E3. Os primeiros jogadores ocidentais do sistema puderam conferir um pouco de Battle Arena Toshinden, Warhawk and Ridge Racer. em um stand gigante, mostrando que desde antes o lançamento do console, a S**ysempre teve essa “mania” de “pensar grande”.
Falando em pensar grande, uma visita que chamou a atenção de todos no espaço Playstation foi a visita de ninguém menos que Michael Jackson. E o Rei do Pop, tão entusiasta de videogame quanto eu e você, foi lá apenas para jogar. Isso seis meses antes de vir para o Brasil, gravar seu clipe na Favela do Botafogo e gerar o concurso de Mini-Michael Jackson no programa Gugu.

E a Atari? Também estava lá divulgando seu sistema de “64-bit”, o Jaguar. Ninguém deu bola pra eles, mostrando que a Atari já estava morta, só faltava se enterrar (o que é uma pena, que fique bem claro). Um dispositivo de realidade virtual e a possibilidade de jogos gratuitos foi exposta, mas mesmo assim, foi algo esquecível na feira.
As revistas brasileiras também deram espaço para a “nova” E3. A Ação Gamesdedicou dez páginas da sua edição 85 para comentar da feira, os três novos consoles (Playstation, Saturn e Ni***ndo 64), com suas vantagens e vários previews de jogos a serem lançados. Já a Super Game Power 15, chamou a feira de CES em seu editorial, mas dedicou várias páginas também, focando além dos lançamentos, as novidades para sistemas que já existiam na época, como o Neo Geo CD e o 3DO.


Mas após os dias de apresentação, uma certeza era evidente, por consumidores, imprensa e expositores: a E3 tinha chegado pra ficar. Um local específico para games, apresentações exclusivas e muita gente conferindo o que seria tendência nos videogames era uma novidade que vem ano após ano, mesmo com seus altos e baixos, trazendo um legado que resultou em outros eventos pelo mundo, como a Gamescom, a Tokyo Game Show e a nossa Brasil Game Show.
Fonte: Retroarkade