Quanto mais velho fico, menos paciência e tempo eu tenho, e de uns tempos para cá comecei a desistir de alguns jogos que não me agradavam mais. Antigamente era questão de honra começar e terminar um jogo, mas agora cada vez mais me convenço que se ele não está me divertindo (não é essa a função?), está na hora de desligar o aparelho e aposentar aquele título temporariamente, ou mesmo definitivamente.

Alguns que lembro de ter desistido recentemente:

- Mickey Epic: Jogo começa fantástico, mas lá pelo meio começa ficar repetitivo e no que imagino ser os 30% finais fica insuportável. Parei em uma fase que abusava dos gráficos escuros, dificultando em muito para achar o que diacho tinha-se que fazer, além de um monte de inimigos sem noção. Me cansou.

- Crazy Taxi 3: a tentativa de terminar o Craxy X - onde há diversas fases com objetivos diferentes, se tornou um exercício de frustração. Crazy Taxi 3 parece mais um jogo de luta com tantos "golpes" que podem ser executados com seu carro: Short Crazy Dash, Long Crazy Dash, Crazy Drifts, Crazy Drift-Hops e finalmente Crazy Back Dash, é necessário ser mestre em todas essas manobras e é claro o coitado do controle sofre, o meu sofreu muito principalmente os gatilhos. Talvez eu ainda volte nesse por que gosto da série e só faltam 5 níveis para terminar o Craxy X. Mas não por agora, eca.

ri alto.

Tá certo, Jair. Eu sou desses também. Largo filme, série, livro... qualquer coisa que não tá servindo.

De uns 2 anos pra cá comecei a largar também jogos que me estressam, mesmo que sejam bons (stress eu deixo pra vida real, que não tem escolha).

Fiquei feliz de jogar uns 75% de Hollow Knight, e larguei com gosto depois de tanto ser surrado. The Messenger parei na metade (eita jogo de curva de dificuldade imbecil). Cuphead larguei o controle no último chefe. Não tenho vergonha nenhuma disso.

Pra voltar no tempo então e pegar jogos antigos que nunca joguei, aí é mais difícil ainda. Sei que é polêmico, mas não joguei Super Mario 64 na época. Fui jogar no Mario 3D All Stars do Switch. Depois de uma 10 estrelas cansei de cair em penhasco e tentar controlar a câmera. Poucos tem coragem de admitir, mas tem clássico (e, inclusive, jogos importantes como esse) que envelheceram mal.

Dia desses joguei até o fim Contra Hard Corps, mas com função rewind. Aí tudo bem.

Boa Gera, sabe que algum tempo atrás tentei jogar SM64 em um emulador mas sem chance, não me prendeu.

Eu tenho jogado Blinx no og Xbox e meu sentimento é parecido com o seu: não tenho muito saco com as decisões de design de algumas décadas atrás. Câmera ruim, fases longas sem pé nem cabeça, argh ainda não desisti desse mas estou jogando a conta gotas pra controlar o stress.

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Isso, meio que o design ethos entre 1998 e 2004 ficou muito difícil de curtir hoje sem o elemento de nostalgia pra segurar.

Esses plataformas/mundo aberto pós 2000 como Blinx, Jak & Daxter e todo o resto... é brabo jogar agora.

Em compensação, lembro de jogar Super Metroid pela primeira vez em 2017 e meu queixo caiu. Então realmente não é a idade que importa.

A idade revela certas influência no design mas não é um fator decisivo. Super Metroid está na minha lista, quem sabe em breve.

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Blinx: The Time Sweeper, Xbox.

Tentei, juro que tentei, mas desisti desse também. Em Blinx controlamos uma espécie de gato que pode controlar o tempo (para trás, frente, pausar, etc) e que utiliza seu aspirador para coletar itens que servem para destruir os inimigos.

A premissa até que não é ruim e as fases iniciais são interessantes, o problema é que o jogo fica chato depois de um tempo:

- os velhos problemas de câmera estão de volta: o jogo as vezes lhe coloca em salas apertadas repletas de inimigos, e é claro que a câmera fica perdida e acaba nos prejudicando.
- o lance de controlar o tempo vira um saco: no começo é legal coletar os cristais e mexer com o tempo, mas algumas fases requerem que você tenha o poder certo para poder passar certos obstáculos o que não clicou comigo. Para ser sincero na maior parte do tempo eu ignorei os poderes e joguei como se fosse um jogo de plataforma comum, o que é claro nem sempre dava certo. Mais de uma vez tive que recomeçar um nível por que cheguei em um obstáculo sem o poder certo, um saco.
- o jogo é injusto: nos colocar numa sala cheia de inimigos com aquela câmera sacana, é pedir pra morrer. E assim, você não começa o jogo com um determinado nível de energia, você tem que comprar seu 'life' em um shopping ou recuperá-lo durante a fase coletando itens.
- lento: a mecânica de usar o aspirador para pegar os itens cansa, por que é lento, perde-se segundos sugando os itens, e é claro que os inimigos não esperam. Quando os inimigos nos acertam o jogo volta no tempo, e toda essa operação leva alguns segundos, o que é irritante.
- upgrades: é possível comprar roupas e novos aspiradores em shoppings, mas não fica claro qual é a finalidade deles.

É a segunda vez que tento jogar Blinx, e novamente desisti, realmente não é para mim. Diz a lenda que a continuação melhorou essa dinâmica, mas dificilmente vou dar uma chance.

Me impressiona tua resiliência, Jair. Plataforma 3D anos 2000 envelheceram pessimamente, não sei se consigo jogar sequer um.

Eu queria gostar de Blinx principalmente porque foi desenvolvido pela Artoon, estúdio do Naoto Ohshima, nada menos que o criador de Sonic junto com o Naka.

Mas não deu não.

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Eu acho tanto Oshima-san quanto Naka-san one-hit wonders. Tenho imenso respeito pelo que fizeram com Sonic, mas não são exatamente grandes designers.

Esse Balan que saiu esse ano é de chorar.

É ruim assim? Não testei.

Acho que o Naka brilhou outras vezes com pso, burning rangers, nights e até porque não samba de amigo.

Mas insistir em jogo de plataforma nessa altura é bobagem. Aliás ele lançou um jogo de Android essa semana, primeiro jogo que ele criou sozinho em 37 anos, vale conferir é super casual.

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Headhunter do Xbox original. O jogo não é ruim, ao contrário, é até bom, só que o sistema de save é uma porcaria. Jogar 20 minutos e ter que recomeçar tudo ao morrer não dá, haja paciência.

Legacy of Kain Soul Reaver de Dreamcast, um jogo impressionante tecnicamente, até da um gostinho de como seria um God of War no DC por causa dos cenários enormes e tal. Eu fiquei muito tempo sem testar esse cara por birra, já que cancelaram a versão de Saturn e o segundo jogo para Dreamcast.

O problema é que é muito no estilo de mundo aberto, precisa-se andar de um lado para outro entre as fases pra encontrar o caminho correto e eu não tenho paciência pra isso. A paulada final foi que o jogo simplesmente não aceita meu save mais, por algum motivo louco ele detecta o save no VMU mas apresenta um erro ao tentar carregá-lo. Foi o motivo que eu precisava pra parar.

Fighting Force 2, Dreamcast. Esse é um cara que até que gostei, é cheio de defeitos mas por ser beat'n up me agradou. Infelizmente o número de defeitos ganham das qualidades:

Defeitos:
-Jogo feio
-Sistema de colisão sem pé nem cabeça, você só consegue destruir objetos se estiver exatamente na frente e alinhado com ele, o que me fez ficar dando tapa ao vento diversas vezes
-AI dos inimigos é uma ostra: a maioria das vezes você passa perto deles e ninguém faz nada, nem aí pra você. Vi até um se escondendo atrás de uma parede, e jogando uma bomba que acertou a parede e voltou nele.
-Sistema de armas esquisito: eu joguei umas três horas e mal entendi como o sistema de armas funciona, pegamos as armas do chão e a selecionamos de um menu, mas ao selecionar bombas por exemplo você larga a arma que está usando. Uma coisa meio sem noção.
-O jogo é um labirinto: basicamente é ir de sala em sala, destruindo tudo que vê nos cenários e inimigos para achar a chave para a próxima sala. Existe backtracking também.
-Uma vida só, morreu e você volta em um checkpoint láaa trás.
-Longo demais: as fases levam algo de 45 minutos e adivinha só: não tem como salvar! Logo se você tiver que largar o controle por causa de uma dor de barriga, perde o progresso (só se salva ao fim da fase).
-Já falei que é feio? Inimigos sem graça e sem inspiração alguma.

Qualidade:
-É um beat'up.

Pra ser sincero eu estava disposto a passar por cima de todos os defeitos, mas não aguentei o problema de não conseguir salvar durante a fase. Não tem como eu conseguir jogar 45 minutos direto sem interrupção, não sou mais criança. Eu tentei, mas parei na terceira fase.

Vai de volta pro armário!

É muito difícil eu abandonar um jogo sem terminá-lo, só faço isso se realmente não conseguir passar de alguma parte mesmo. De resto, costumo perseverar até ver alguma coisa boa no jogo que me inspire terminá-lo rs...

Acho que é basicamente porque eu escolho bem o que vou jogar, normalmente vou no tipo de jogo que eu sei que me agrada então não tenho tanta surpresa desagradável.

Até tenho alguns jogos pendentes que comecei e não terminei, mas basicamente porque são grandes demais e dei uma pausa pra voltar um dia como Assassins Creed Origins, Burnout Paradise e Forza Horizon 4.