Corredor X escreveu:Strider (PS3) - podia ter sido um jogão, mas infelizmente foi tiro n'água. Jogabilidade boa, armas legais, música legal, um Metroidvania honesto e tudo, mas degraçadamente fácil, repetitivo, previsível e com áreas imensas mas parecidas demais. Qualquer jogo no qual após certo tempo de jogo eu fique torcendo para aparecer logo um checkpoint para poder desligar o console e ir fazer outra coisa é meio problemático. Uma boa sequência para a série original, mas merecia um pouco mais. Poderia ser um clássico de jogos de exploração tivesse sido melhor lapidado...
Corredor X escreveu:Eu cheguei a terminar - os dois últimos chefes são decepcionantes também, o dano que fazem é absurdo mas dá para matá-los sem ao menos chegar perto dos mesmos - mas não tenho vontade alguma de jogá-lo de novo para pegar os itens faltantes. Eu adoro o gênero, mas este aqui é repetitivo demais para justificar voltar... Enquanto jogava, só pensava que podia estar encarando
SOTN,
Super Metroid ou
Guacamelee de novo ao invés dele
Quando eu escrevi os comentários acima, mais de um mês atrás, eu tinha acabado de jogar
Strider, só que eu o fiz (tanto a jogatina quanto o review) nos dias mais bravos da minha dengue - o que dia desses me deixou um pouco cismado. Eu definitivamente não estava no melhor do meu humor na época - fato que aliás pode ser percebido pela brevidade dos comentários
- então possivelmente a minha impressão sobre o jogo poderia ter sofrido algum tipo de influência negativa, visto que eu estava mais ranzinza do que o habitual. Fui me tocar disso dia desses, quando liguei o PS3 e o
Strider apareceu como um dos últimos jogados. Aí pude formular uma conclusão nova:
O jogo realmente tem alguns defeitos, como já citado, mas o maior deles é justamente o hard não ser o padrão.
Minha impressão sobre
Strider mudou completamente justamente por ter encarado-o agora na dificuldade máxima. Pode parecer alguém tentando pagar de fodão ou algo do tipo, mas definitivamente não é o caso aqui. Como resolvi dar uma nova chance a ele, fui experimentar o grau novo para ver se mudava alguma coisa... e a situação se inverte completamente. A impressão que dá é que rolou algo meio
Megaman 2, cujo modo "hard" é o padrão japonês do jogo, como realmente devia ser encarado originalmente. O jogo te obriga a ficar muito mais estratégico, mesmo contra os inimigos normais, que precisam de um bocado de golpes para morrer - eu demorei coisa de uns 20 minutos para passar do primeiro estágio do jogo, morrendo uma dúzia de vezes - deve levar um minuto e meio para fazê-lo do jeito normal. Por conta disso, você acaba tendo que explorar mais os cenários, agir com cautela, economizar energia, aproveitar-se das habilidades do Strider e (principalmente) usar as armas especiais, coisa que eu praticamente não fiz na vez passada pela facilidade que era dar espadada em todo mundo, até nos chefes.
Eles, então, viraram outra coisa: até o primeiríssimo deles, que vira um inimigo normal logo após sua aparição, chegou a me dar canseira para entrar em seu ritmo sem morrer. Os que já eram meio apelões por natureza, como a segunda forma do Solo, ficaram inacreditavelmente difíceis. Um determinado ataque dele, caso acerte de perto, te mata na hora sem perdão. Eu geralmente fujo de níveis hard, very hard e congêneres em jogos, porque geralmente se trata só dos programadores enchendo a tela de mais coisas, te dando menos energia e coisas do tipo, simplesmente variando negativamente o gameplay que eles tinham originalmente bolado. Neste caso em específico, o jogo ficou bem mais palatável, por incrível que pareça.
Um exemplo são os itens especiais, que melhoram as habilidades das armas bem como aumentam vida e energia; deixei de pegar vários da outra vez, simplesmente porque não faziam falta. Como a sobrevivência agora era mais essencial, acabei explorando bem os cenários para procurar tudo, o que me levou a procurar também pelos demais colecionáveis-bônus do jogo, como os extras da galeria e os símbolos dos Striders mortos em combate (que dão novas cores para o uniforme). Quando vi, eu já tinha percorrido de forma mais útil os tais cenários gigantescos que reclamei antes, o que acrescentou um bocado de diversão à coisa - alguns são complicados de serem achados e também de serem alcançados. Depois de terminá-lo novamente, eu já estava tão mais acostumado à ideia do jogo que resolvi pegar o último troféu que faltava dele, que pedia para terminá-lo em menos de quatro horas; fiz o speedrun em uma dificuldade mais baixa, sem me preocupar com pegar itens ou power-ups (embora tenha terminado o jogo com uns 45% deles, visto que ficavam no caminho) e consegui alcançar a meta em três horas e dez. Aí a programação normal dele serviu para algo
Resultado: no fim das contas ele continua tendo seus problemas, mas acabei tendo uma impressão muito melhor do mesmo quando resolvi tirar a prova. Recomendo que se alguém tentar fazê-lo algum dia e tiver a mesma impressão que eu, experimente jogá-lo no hard para ver a diferença. Ah, e ele ainda virou minha 18ª platininha
