Já contei essa história aqui várias vezes, mas não custa relembrar para os que não lembram mais ou os que nunca leram.
Na era 8 bits, depois do Atari, eu tive um Master System, que está até hoje comigo. Apesar de acomapanhar mais de perto esse console, tive contato com o NES através de um amigo, cujo primo tinha um Phantom System, e costumava levá-lo à casa desse meu amigo aos feriados.
Eles ficavam debulhando o Super Mario Bros 3, e embora eu tivesse vontade de jogar, não achava chato apenas assistir à jogatina. Isso se passou de 1991 a 1993, quando comprei para mim um Phantom System, para poder matar a vontade de debulhar o Mario 3, que até já tinha, antes mesmo de ter o console.
Por volta de 1995, meu Phantom queimou por algum problema na fonte. Fiquei sem jogar NES na TV até mais ou menos 2005 ou 2006, quando comprei um Polystation para matar a saudade desse jogo, e também por curiosidade em conhecer um NESonCHIP. A hitória desse Poly está em algum tópico que fiz especialmente para relatar os testes que fiz com ele.
Meu Phantom System também foi ressussitado por mim, agora em 2010, e também há um tópico sobre isso.
Alguns meses atrás, comprei meu Cube, de um amigo que está para se casar. Ele sabe que coleciono consoles, então, de brinde, ele me deu um Famicom, que até então eu só tinha ouvido falar. Pensei que se tratava de um Famicom clássico, mas tive uma boa surpresa quando vi o console que ganhei.
Eis aí o dito cujo!
Eu pensei num famicom normal, mas a surpresa por ser um Twin foi muito boa!
É fácil ver que ele estava um tanto sujo. Meu amigo disse algo que deu a entender que ele ou não ligava a muito muito tempo, ou nem sequer tinha ligado uma única vez.
Segundo ele, foi um primo que enviou do Japão.
Na lateral, uma entrada de 15 pinos, talvez para uma pistola, já que os controles não se desconectam do console.
Mais atrás, uma porta serial, parece até uma USB maior que o normal.
Na traseira, entrada para a fonte, saída AV, e uma saída RF que nunca tinha visto também (está em japones, mas se me lembro bem, li a sigla RF ali).
Aquele espaço abaixo da saída dos fios dos controles tem uma tampa bem frágil. Dentro dela tem dois conectores e um cabo que parece servir de "Jumper". Praticamente tudo o que se lê está em japones, vou precisar da ajuda de alguém que saiba japonês.. hehe
Os controles são um pouco diferentes um do outro. Notei que o controle 2 não tem Select nem Start, mas tem, quem diria, um microfone. Será que o Famicom já tinha jogos de karaokê?
Essa é para quem se habilitar a traduzir. Seria interessante saber o que diz aí.
Pelo que entendi, essa chave seleciona entre o sistema de disco ou cartucho.
Bom, como se supunha que o console não era ligado há muito tempo, eu supus que ele até pudesse funcionar, mas como estava muito sujo, achei que seria uma boa idéia desmontá-lo, ver o estado das placas e dos componentes, do slot, do drive, etc, e fazer uma "faxina", antes de ligar. Pra não dizer que não liguei antes, só liguei a fonte e apertei o power, para ver se o LED acendia, mas sem cartucho nem ligar na TV. O LED só dava uma piscadinha muito rápida. Vi que era melhor desmontar mesmo. Por isso que ele está na mesa branca.
Comecei a sequência de estudo e desmontagem.
A placa mãe tem dimensões que sugerem o Famicom original.
Olha aí o "jumper", no meio da base da foto acima.
Aí está. Tinha que deixar as carcaças totalmente depenadas para lavar.
A limpeza demorou horas, porque além de limpar, eu estudava as partes, principalmente o drive de diskete, que é bem diferente dos drives comuns de computador. Lembro de ter lido que o Disk System foi feito, durante uma grande crise econômica no Japão, para baratear os jogos, que em diskete custavam muito menos que os cartuchos. Sabendo disso, é fácil entender porque esse drive só tem 1 motor. O sistema, se funcionar como parece, é bem interessante. A única cabeça de leitura se movimenta de acordo com a rotação do disco. Assim, o drive lê os dados em espiral. Bom, pelo menos é o que me pareceu. Na hora de montar, já estava de noite.. hehe.
Infelizmente constatei que a correia que movimenta o drive já derreteu faz muito tempo. Não consegui tirar toda ela da polia do motor. Vai dar um bom trabalhinho achar o tamanho certo de correia e instalar no drive. Fora isso, esse drive, que tem uma marcação de 1986 no motor, parece estar em ótimas condições, pelo menos visualmente.
E a sequência recomeça, no sentido inverso.
Deu uma melhorada.. hehe.
Hora do teste!!
Liguei ele na TV, selecionei o sistema Disk, e me deparei com Mario e Luigi, bem estranhos e saltitantes, pedindo pelos discos dos sonhos... hehe. Pena que não tenho nenhum, para quando consertar o drive. Essa imagem vinda da BIOS me lembrou a surpresa de ver a BIOS do SegaCD. Era alguma imagem, ao invés de apenas uma tela preta.
Mudei o sistema para cartucho, passei a mão em um qualquer piratinha de 60 pinos, limpei com o Isopropílico para não sujar novamente o slot, e tcha-nam!! Lá estava! Só que tenho poucos cartuchos de 60 pinos, e acho que nenhum deles é original...
Apesar de ser da Konami, esse joguinho de luta é bem ruinzinho, na minha opinião.
Testei mais alguns piratinhas de 60 pinos, mas o importante para mim era saber se aceitava os cartuchos de 72 pinos, com o adaptador. Mario mostrou que eles são bem vindos.
E claro que, por ser um clássico, foi o primeiro testado
E como sempre, o clássico que me trouxe ao NES não podia deixar de ser jogado. Não tinha tempo, mas fui quase até o fim de Super Mario Bros 3. Só não terminei porque eu REALMENTE precisava ir dormir para trabalhar cedo no dia seguinte. Eu já tinha extrapolado todas as tolerâncias.. hehe.
Bom, foi isso aí!! Fiquei contente do Twin ter funcionado! Os dois controles funcionaram direitinho, e achei ambos bem macios, de boa qualidade! E claro que testei o microfone do controle 2, que funcionou legal.. hehe.
Espero conseguir fazer o drive funcionar, futuramente.
Alguém conhece um programa especial ou um método para gravar os jogos do disk system em disquetes comuns?
Belíssima aquisição, meu amigo.
Eu nem sabia da existencia desse Disk System.