As propagandas dos games já foram sexistas

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Sonymaster
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As propagandas dos games já foram sexistas

Mensagem por Sonymaster »

Hoje as mulheres representam a metade do público que compra e joga videogames e estão na mira da publicidade, mas acredite, nem sempre foi assim. Em 1989, as garotas representavam apenas 3% dos jogadores - e a propaganda de games era toda pensada para meninos.

Nos anos 1980, época de ouro dos arcades nos EUA, as meninas eram vistas como intrusas no mundo dos games. Não é à toa que nos primeiros episódios da segunda temporada de "Stranger Things", os garotos não conseguem acreditar que a recem chegada Max seja dona da maquina Dig-Dug.

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"Garotas não jogam videogame", concordam Dustin, Mike e seus amigos"

Fonte: Retro UOL Jogos

Essa percepção de que videogame era brinquedo "de menino" se refletia e era alimentada pela publicidade, onde as mulheres sempre apareciam como objeto sexualizado e não como público consumidor de games. Veja como eram as propagandas dos anos 80 e 90:

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Corredor X
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Re: As propagandas dos games já foram sexistas

Mensagem por Corredor X »

Felizmente a percepção do público e a publicidade em torno dos jogos tem mudado bastante nesse sentido. O que falta agora é combater a mentalidade misógina/homofóbica tacanha que insiste em tomar lugar na cabeça de muito gamer de verdade (sic) por aí, como episódios recentes e deprimentes nesse nosso hobby demonstram.
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Sonymaster
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Re: As propagandas dos games já foram sexistas

Mensagem por Sonymaster »

Corredor X escreveu: Sex Nov 10, 2017 7:22 pm Felizmente a percepção do público e a publicidade em torno dos jogos tem mudado bastante nesse sentido. O que falta agora é combater a mentalidade misógina/homofóbica tacanha que insiste em tomar lugar na cabeça de muito gamer de verdade (sic) por aí, como episódios recentes e deprimentes nesse nosso hobby demonstram.
Realmente Corredor, esta mudando demais esse mundo gamer que a gente conheceu no passado.
Gate
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Re: As propagandas dos games já foram sexistas

Mensagem por Gate »

Essa era a época em que o maior consumidor era o moleque adolescente espinhento. No que o adolescente pensa 24h por dia? Exatamente. Esse tipo de publicidade ainda tem aos montes e hoje os jogos são muito mais sexualizados (por dentro) que antigamente, porque isso vende muito. A boa notícia é que a mulher ganhou a fatia merecida no mercado. Agora, tem que ver o que é sexismo e o que é frescura, porque nunca conheci nenhuma mulher que tenha se recusado a beber cerveja por causa dos comerciais do Verão, nem nenhum homem que tenha se recusado a usar Havaianas por causa da propaganda em que o Bruno Gagliasso é assediado no elevador pela vizinha num tom super cômico... Correndo o risco de ser linchado online (já estou calejado), vou ser sincero e dizer que não vejo nada demais com os anúncios. Com exceção daquele do Game Boy Pocket em que a mulher está presa à cama, aquele foi longe demais...
Sonymaster
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Re: As propagandas dos games já foram sexistas

Mensagem por Sonymaster »

Engraçado que o poster original era esse:

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Porque na tela parecia outra coisa :-)
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Odin
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Re: As propagandas dos games já foram sexistas

Mensagem por Odin »

Tem uns que são exageros, outros não, mas na época que o Gate falou era assim mesmo, os jogos ainda eram mais voltados a moleques, e só tempos depois começaram a surgir mais garotas gamers... Mas até hoje ainda tem moleque que só pensa naquilo, mas hoje em dia essas propagandas já são menores, são mais controladas, só os jogos aumentaram mais a erotização :D

Tem uma propadanda, ou cena de filme em que aparece uma atriz que apareceu em Debbie e Loide que não esqueço até hoje, onde ela aparece oferecendo um chocolate ou Game Boy só de calcinha e sutian, queria ver a treta que iria dar se isso tivesse sido lançado hoje em dia :lol:
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Corredor X
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Re: As propagandas dos games já foram sexistas

Mensagem por Corredor X »

Gate escreveu: Sáb Nov 11, 2017 5:24 amEssa era a época em que o maior consumidor era o moleque adolescente espinhento. No que o adolescente pensa 24h por dia? Exatamente.
Mais uma razão para esse tipo de publicidade ser ruim já na época e continuar a ser ruim. A gente sabe muito bem que sexo vende, a bunda da moça na propaganda do Davis Cup é uma graça, mas imagina o quanto a mensagem desse tipo de peça colaborou para que as pessoas imaginassem que videogame é coisa exclusivamente de adolescente espinhento punheteiro que não faz nada da vida. Ou seja, definitivamente não é algo para dois adultos funcionais que trabalham, pagam as contas em dia e colaboram com a sociedade, como você e eu. A gente sabe que isso não é verdade, mas o estereótipo perene de "você não está velho demais para isso?" também é reforçado por isso. Isso falando da nossa faixa etária e gênero, agora imagina no outro lado da moeda.

Um caso para ilustrar: uma das minhas melhores amigas joga Street Fighter II' maravilhosamente bem. Entretanto, é algo que ela só pôde fazer tranquila depois de adulta porque ela foi criada desde pequena para acreditar que videogame era coisa de menino. O pai se recusou durante toda a infância a dar qualquer videogame para ela porque ele dizia que não era algo para meninas, da mesma forma ele nunca a deixou frequentar um fliperama porque era um lugar onde só tinha adolescente e barbado, ou seja, não era lugar de "mocinha estar segura". Ela cresceu jogando escondido na casa de primos e amigos, geralmente dando um cansaço neles por talento puro. No que uma publicidade sexista ajudaria a causa dela? É praticamente dizer que o pai dela tinha razão. Pensa no quanto, de diferentes maneiras, se afasta as mulheres do hobby perpetuando esse imagético.
Agora, tem que ver o que é sexismo e o que é frescura porque nunca conheci nenhuma mulher que tenha se recusado a beber cerveja por causa dos comerciais do Verão, nem nenhum homem que tenha se recusado a usar Havaianas por causa da propaganda em que o Bruno Gagliasso é assediado no elevador pela vizinha num tom super cômico...
É perigoso pra caramba relativizar a coisa desse jeito. O que pode parecer frescura para você, pode ser só a ponta do iceberg de uma situação recorrente de outra classe/gênero/parcela. Exemplo bobo, mas recente: eu coleciono Falcons, aqueles bonecos clássicos da década de 1970, e fui um dos que vibrou quando a Estrela resolveu relançar dois deles em uma edição especial em comemoração ao aniversário de 80 anos da empresa. Como uma fatia considerável dos colecionadores, eu fiquei um pouco decepcionado quando os bonecos vieram sem os tradicionais rifles por conta da atual política da Estrela de não incluir armamentos em nenhum tipo de brinquedo. Ou seja, eu poderia muito bem julgar a coisa como frescura por parte deles e pronto. Entretanto, quando você pensa nas áreas cinzas do assunto, no quanto se discute as políticas sobre armas tanto aqui quanto lá fora diante de um sem-número de acontecimentos relativos a elas e principalmente para quem é o público da empresa, isso tem lá a sua razão de ser. Eu cresci com armas de brinquedo, peguei gosto pelas verdadeiras ainda na adolescência, mas ainda sou veemente contra o porte das mesmas diante do nosso cenário social, discussão que renderia por si só e não é o caso aqui.

Com o caso do sexismo é a mesma coisa. Deixar de beber cerveja por conta da Verão seria uma culpa por associação muito besta mesmo, mas isso não significa que não se deva agir contra a marca específica daquela cerveja se você não concorda com a forma de promoção da mesma por ela transgredir ou se manifestar sobre algo de uma forma contrária ao bom senso. O burburinho contra a Itaipava foi suficiente para a mesma rever o tipo datado de publicidade que fazia, lembro de matérias de jornal e discussões nos meios publicitários sobre a Verão "evoluindo" de pedaço de carne para narradora das publicidades. Isso foi importante para dar uma chacolhada interessante no mercado - a peça mais recente da Skol, sobre os comentários, é um achado nesse sentido. Não é "o mundo ficando muito chato" por conta disso, são lados diferentes do discurso sendo ouvidos e - gracias! - acatados. Quando se é mulher, quando alguém te olha na rua querendo te comer como se quer comer a moça gostosa da propaganda porque ela ensina que mulher é artigo para degustação, é complicado não ficar bolada com aquilo e querer discutir a respeito.

O caso da publicidade das Havaianas: se nós tivéssemos um contexto social no qual os homens são vítimas de constante assédio das mulheres, temendo pela sua integridade física/mental por conta disso, se fosse considerado "normal" (muitas aspas aqui) por parte das mulheres os homens terem que se sujeitar a esse assédio, aquela propaganda seria uma monstruosidade. Não o é justamente porque aquilo não tende a acontecer, tem "graça" (mais muitas aspas aqui) porque se trata de um homem famoso inalcançável tido como bonito - e ele nem é nenhum Darini, vai. A propaganda já teria outra conotação se fosse só um cara anônimo bonito, já teria uns ares de stalker e despiria a conotação cômica da moça agindo de forma absurda por morar do lado do Bruno. Contexto é tudo, e é justamente aí que algumas publicidades falham miseravelmente.

Uma recente da Marina Ruy Barbosa enrolada no papel higiênico preto com um conhecido slogan do movimento negro é o ápice disso. Eu tenho trabalhado com publicidade por quase toda a minha vida adulta e, seja lá qual tenha sido a intenção daquilo - se desconhecimento ou proposital - foi um dos maiores fail que já vi. Com toooooodo o nosso histórico de problemas raciais, eles me soltam uma dessa... Com a objetificação da mulher é a mesma coisa. Caramba, nós vivemos em tempos que uma filósofa foi chamada de bruxa, queimada em efígie e agredida no aeroporto porque veio ao país falar sobre ideologia de gênero. Se isso não é preocupante e chama a nos fazer pensar um pouco sobre representação feminina na mídia, não sei o que faria.
Correndo o risco de ser linchado online (já estou calejado), vou ser sincero e dizer que não vejo nada demais com os anúncios.
É a sua opinião e em momento algum você transgride o bom senso ao dizê-la, não tem porque ser linchado por conta disso. Somos todos adultos aqui e sabemos conversar. Eu discordo veementemente de você no assunto, mas se eu fosse entrar com quatro pedras na mão para te agredir eu seria o quê? Boa parte do problema da nossa política hoje em dia vem da polarização burra... Graças a Deus não sofremos disso por aqui. Eu só permito apedrejamentos públicos aqui quando alguém diz alguma sandice, como por exemplo falar mal de Phantasy Star, claro.
Com exceção daquele do Game Boy Pocket em que a mulher está presa à cama, aquele foi longe demais...
Essa propaganda merecia um estudo de caso, sério mesmo - repara que a fonte dela é uma matéria falando sobre publicidades, tem um começo de legenda abaixo dela. Ela é errada de pelo menos umas seis formas diferentes.
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Sonymaster
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Re: As propagandas dos games já foram sexistas

Mensagem por Sonymaster »

Caramba Corredor, fez um ótimo texto e digo que realmente o mundo em torno da publicidade e o marketing é que faz o molde do que separa um produto formando uma desigualdade sem motivo, coisa de que o produto serve para ambos mas o tiro parece que foi meio pela culatra hoje em dia, hoje tem até grupos para mulheres e coisa e tal para games e não só nos games, antigamente era uma coisa bem mais diferenciada de hoje em dia e temos que se adaptar a isso.

Um bom texto Corredor.
Gate
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Re: As propagandas dos games já foram sexistas

Mensagem por Gate »

Corredor X escreveu: Sáb Nov 11, 2017 5:58 pm Eu discordo veementemente de você no assunto, mas se eu fosse entrar com quatro pedras na mão para te agredir eu seria o quê?
Legal, já fui ameaçado e tive conta banida num fórum estrangeiro por defender (com todo o respeito) coisas politicamente incorretas. Bom saber que aqui dá pra conversar. E lá vamos nós...
Corredor X escreveu: Sáb Nov 11, 2017 5:58 pm A gente sabe muito bem que sexo vende, a bunda da moça na propaganda do Davis Cup é uma graça, mas imagina o quanto a mensagem desse tipo de peça colaborou para que as pessoas imaginassem que videogame é coisa exclusivamente de adolescente espinhento punheteiro que não faz nada da vida.
Tinha que começar por algum lugar. Videogame era coisa de criancinha no início, depois virou coisa de adolescente também, e depois de adulto, e depois de mulher, e depois de todo o mundo. O que quero dizer é que os anúncios não tinham essa temática desde o começo, e mesmo assim em algum ponto aquele público foi conquistado e representava uma boa fatia do mercado que precisava ser mantida. Daí pra frente foi só juntar 2 mais 2 e investir naquele mercado com o que era do seu interesse, mas isso não significa que 100% dos jogos começaram a partir daí a serem divulgados por apelação sexual. Foram feitas inclusive várias iniciativas para tentar atrair esse mercado de mulheres durante esse período, que não produziram resultados até a recente popularização dos smartphones, que evoluiu o cenário gamer a um ponto tão improvável (em relação ao que se podia imaginar no passado) que finalmente conseguiram satisfazer o interesse feminino, visto que 80% dos jogadores de smartphone é composto por mulheres. Mas essa realidade que vivemos hoje era algo totalmente absurdo e impossível há 25-30 anos atrás; ali era melhor manter o que já havia sido conquistado, e esses anúncios são frutos disso.
Corredor X escreveu: Sáb Nov 11, 2017 5:58 pm Ou seja, definitivamente não é algo para dois adultos funcionais que trabalham, pagam as contas em dia e colaboram com a sociedade, como você e eu. A gente sabe que isso não é verdade, mas o estereótipo perene de "você não está velho demais para isso?" também é reforçado por isso.
Não entendi. O anúncio atinge quem tem interesse por ele. O do jogo de tênis ainda chamaria minha atenção hoje do mesmo jeito que chamaria se eu o tivesse visto antes na minha adolescência. Eu diria que esses anúncios são mais para adultos do que adolescentes. E sou adulto, eu nunca tive meus sentimentos feridos por alguém que acha que sou velho demais pra isso ou aquilo. O mundo é assim, gente dando palpite em tudo o que você faz o tempo todo, não tenho tempo pra ficar me preocupando com isso se eu realmente quiser viver minha vida do meu jeito, até porque todos têm o direito de dar palpite. Não é crime, mesmo sendo algo importuno.
Corredor X escreveu: Sáb Nov 11, 2017 5:58 pm O pai se recusou durante toda a infância a dar qualquer videogame para ela porque ele dizia que não era algo para meninas
Esse é apenas um caso, não dá pra ilustrar muita coisa. No meu caso, quando meu pai nos comprou o Saturn em 1995, ele fez questão de comprar algum jogo que eu e minha IRMÃ pudéssemos jogar juntos, e o único nessas condições na loja em que ele comprou era o UMK3, que minha irmã detestou e eu adorei, sem nunca termos visto um único anúncio de games. Um caso completamente oposto ao da sua amiga, porque meu pai é da hora. Dá pra ilustrar alguma coisa com isso? Não muito. Mas no caso da sua amiga, tenho certeza que a culpa é toda do pai rígido e ignorante que já tinha seus preconceitos definidos muito antes do surgimento dos video games, e não dos anúncios. E quanto aos fliperamas não serem lugares seguros para mulheres, ainda estou pra achar um. Um fliperama perigoso pra uma mulher é perigoso pra uma criança, e pra qualquer outra pessoa. Não dá pra frequentar um fliperama escuro nas quebradas da Sé e usá-lo como exemplo de qualquer coisa que possa acontecer entre os jogadores. Já fui assaltado uma vez dentro de um fliperama desses, se eu usasse esse acontecimento pra criar um novo preconceito contra os jogadores eu nem estaria falando com vocês aqui nesse fórum.
Corredor X escreveu: Sáb Nov 11, 2017 5:58 pm Deixar de beber cerveja por conta da Verão seria uma culpa por associação muito besta mesmo, mas isso não significa que não se deva agir contra a marca específica daquela cerveja se você não concorda com a forma de promoção da mesma por ela transgredir ou se manifestar sobre algo de uma forma contrária ao bom senso.
Bom senso não é lei, e o que é bom senso pra você pode ser contra-senso pra mim. Se o anúncio não transgride nenhuma lei, tá valendo, porque essas são as regras reais do jogo. O mercado é muito grande e muito interesseiro para que haja apenas uma opção a ser escolhida. Boicote a empresa, escolha outra... mas não censure. Principalmente se o argumento for baseado em "ofensa recebida", que é algo muuuuito subjetivo. Exemplo: minha avó faleceu em 2012 por conta de um câncer. Foi com certeza a parte mais difícil e angustiante da minha vida e de minha família cuidar dela no estado em que ela estava, e no ano passado assisti a um stand-up ao vivo em que o cara fez uma piada sobre câncer. Não consegui rir, poderia ter me retirado, mas resolvi ficar porque o show estava muito bom. O que nunca me passou pela cabeça foi levantar e começar a atacar tomates podres no comediante, ou vaiá-lo. Se você for pensar, tudo o que um comediante faz é tocar em feridas, e sempre vai ter um que se sentirá ofendido por algo. Quer dizer que sempre que acontece algo trágico na minha vida, todos ao meu redor perdem o direito de abordar o assunto de uma forma descontraída? Tenho que "agir contra" a pessoa que fizer isso? Não posso concordar...
Corredor X escreveu: Sáb Nov 11, 2017 5:58 pm É perigoso pra caramba relativizar a coisa desse jeito. O que pode parecer frescura para você, pode ser só a ponta do iceberg de uma situação recorrente de outra classe/gênero/parcela
Não gosto de agrupar pessoas em classes dessa maneira, como se elas todas houvessem tido a mesma experiência de vida, mas como eu disse: se não infringe nenhuma lei, a empresa tem o direito de publicar o que quiser. E com "frescura" eu quis dizer que existem pessoas com a pele mais fina que outras. Tem gente fazendo estardalhaço por nada. O mundo nunca esteve tão sexualizado para ambos os lados e existe uma seletividade muito clara do que é aceitável e do que não é, baseada em idéias políticas. Há 2 pesos e 2 medidas para tudo: as dançarinas do Faustão são objetificação, mas 50 Tons de Cinza explode em bilheteria; o mesmo pessoal que reclama das heroínas de roupas curtas dos quadrinhos é o que glorifica Anita e Miley Cyrus; qualquer nudez besta tem potencial para censurar toda uma obra, mas colocar uma criança pra encostar no p**** mole de um velho pelado (CRIME) está prestes a se tornar arte... No fim do dia, se você estiver do lado certo, tudo é permitido.

E ainda em "frescura" eu também incluo o pessoal que quer transformar o Mario num machista misógino pelo fato dele salvar uma princesinha de vestido rosa em apuros em seus jogos. Inclusive foi esse tipo de militância com finalidade de aplicar uma censura moral às empresas tradicionais que provocou o #gamergate, o episódio mais mal-interpretado da história dos games. Ou seja, chegamos a um ponto onde figurar uma mulher indefesa em um jogo é equivalente a negar o holocausto. Isso pra mim vai além de frescura, é desonestidade intelectual.

E ainda sobre os bonecos que você coleciona: as armas que matam inocentes nas mãos das pessoas erradas são as mesmas que salvam inocentes nas mãos das pessoas certas. Acredito que esses Falcons sejam heróis, então não há motivos para removerem as armas. Nenhum mesmo, é um exagero e tenho certeza de que eles sofreram algum tipo de pressão. Se fosse assim teríamos que remover as armas de todos os policiais para que os traumatizados por elas não as vissem, transformando o mundo num safe-space. E se o problema aqui for crianças brincando com armas e se tornando psicopatas, sabemos que isso não procede. Folhear uma revista de games com anúncios apelativos não te transforma num maníaco sexual, jogar GTA não te transforma num gangster assassino, brincar com armas de plástico não te transforma num bandido. Sempre fiz essas 3 coisas.
Corredor X escreveu: Sáb Nov 11, 2017 5:58 pm O caso da publicidade das Havaianas: se nós tivéssemos um contexto social no qual os homens são vítimas de constante assédio das mulheres, temendo pela sua integridade física/mental por conta disso, se fosse considerado "normal" (muitas aspas aqui) por parte das mulheres os homens terem que se sujeitar a esse assédio, aquela propaganda seria uma monstruosidade.
Então, pelo motivo de não termos esse contexto social, a propaganda é aceitável? Precisamos normalizar um comportamento vulgar primeiro para combatê-lo depois? Porque é esse o efeito que a propaganda produz (1, 2, 3, 4...), e ainda assim, dois erros não fazem um acerto. É a velha história do "faça o que eu digo, não faça o que eu faço". É publicidade baseada em objetificação do mesmo jeito, reduzindo um ser humano à sua carne, vinda de gente que diz buscar igualdade cometendo o mesmo pecado mortal contra o qual milita. Pra mim, não tem justificativa: se é pra deixar o mundo chato, que os dois lados sofram as consequências. Se existe uma injustiça contra mim que eu quero que desapareça, por que promovê-la contra outras pessoas inocentes ao invés de dar o exemplo? E que fique claro: não sou contra a exibição do anúncio das Havaianas, nem contra os anúncios desse tópico; sou contra a hipocrisia e o tratamento desigual que as pessoas dão ao mesmíssimo problema.
Corredor X escreveu: Sáb Nov 11, 2017 5:58 pm Caramba, nós vivemos em tempos que uma filósofa foi chamada de bruxa, queimada em efígie e agredida no aeroporto porque veio ao país falar sobre ideologia de gênero. Se isso não é preocupante e chama a nos fazer pensar um pouco sobre representação feminina na mídia, não sei o que faria.
Gente burra e criminosa. Me oponho à ideologia de gênero e discordo de 110% do que essa dona aí diz, mas jamais usaria meus punhos como argumento, isso é coisa de trogloditas (ou poliglotas) incapazes de manter uma discussão. Eu boicotaria, assinaria até um daqueles abaixo-assinados que fizeram, mas violência jamais! Esses caras só prejudicam o nosso lado. Mas vamos lembrar que ambos os lados tem seus bandidos (1, 2, 3...). A tolerância e o respeito têm que vir de todas as direções se todo mundo quiser se entender. E desculpe pelas fontes americanas, eu trabalho com notícias e sou correspondente de um blog, então estou mais por dentro do que acontece nos EUA do que no Brasil.
Corredor X escreveu: Sáb Nov 11, 2017 5:58 pm Eu só permito apedrejamentos públicos aqui quando alguém diz alguma sandice, como por exemplo falar mal de Phantasy Star, claro.
Concordamos nisso.
Corredor X
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Re: As propagandas dos games já foram sexistas

Mensagem por Corredor X »

Gate escreveu: Dom Nov 12, 2017 12:30 amTinha que começar por algum lugar. Videogame era coisa de criancinha no início, depois virou coisa de adolescente também, e depois de adulto, e depois de mulher, e depois de todo o mundo. O que quero dizer é que os anúncios não tinham essa temática desde o começo, e mesmo assim em algum ponto aquele público foi conquistado e representava uma boa fatia do mercado que precisava ser mantida.
Os arcades eram originalmente direcionados para um público mais adulto e videogame era coisa de família no início, a publicidade da época do Atari, Odyssey etc. atenta para isso. O próprio Washington Olivetto no 1983 comenta a respeito. E era real, meus pais jogavam Atari comigo quando compramos o console, temos fotos de encontros da família com diferentes gerações de tios e primos se acabando no Odyssey também. O videogame era um evento como videocassete também começou a ser na mesma época. Óbvio, eles eram vendidos como brinquedos, o principal interessado da casa em adquirir um era a criança, mas o marketing não excluía as demais faixas etárias, chamava a atenção para elas. A coisa vai tomando outras formas com o tempo, com a pegada do fim dos anos 80 e começo dos 90, quando a publicidade vai estreitando o alcance para a faixa que a gente toma como jogador de videogame na época no mercado ocidental (Japão é outra história). Quem vai recuperar a coisa do "videogame para todo mundo" aqui é a Ni***ndo na época do Wii.

Corredor X escreveu: Sáb Nov 11, 2017 5:58 pmNão entendi. O anúncio atinge quem tem interesse por ele. O do jogo de tênis ainda chamaria minha atenção hoje do mesmo jeito que chamaria se eu o tivesse visto antes na minha adolescência. Eu diria que esses anúncios são mais para adultos do que adolescentes. E sou adulto, eu nunca tive meus sentimentos feridos por alguém que acha que sou velho demais pra isso ou aquilo. O mundo é assim, gente dando palpite em tudo o que você faz o tempo todo, não tenho tempo pra ficar me preocupando com isso se eu realmente quiser viver minha vida do meu jeito, até porque todos têm o direito de dar palpite. Não é crime, mesmo sendo algo importuno.
Um ponto importante aqui. Uma situação seria se esse anúncio saísse numa Playboy da vida, num jogo direcionado para adultos - sei lá, um Leisure Suit Larry da vida. O problema é que ele, com o tremendo mau gosto do duplo sentido do "take advantage" em conjunto da imagem, foi feito para sair nas EGM, Computer and Video Games da vida, publicações com um público muito mais variado em idade, sobre um jogo destinado a todas as idades (GA). Aliás, o anúncio nem foi publicado em algumas delas por ter sido censurado, ainda tem esse detalhe, mas ele foi concebido para aparecer nas mesmas. Além do problema da faixa etária, vamos exercer um pouco de alteridade aqui: imagina você comprando a Ação Games ali pelos idos de 1993, louco para ver os jogos que estavam saindo, e tem um anúncio de um jogo de tênis sendo lançado pela Tec Toy, pode até ser o Davis Cup. Só que no lugar da loira gostosa, temos um sujeito musculoso sem camisa, segurando uma raquete, com um shortinho inacreditavelmente curto e colado, com um volume considerável sob ele. Em cima, a frase "as melhores bolas que você vai correr atrás". Você ia achar que esse jogo é para você? Claro que não, fora que não teria nada a ver com o conceito do jogo como a original também não tem. Não era nem para estar naquela revista, também. Ele não seria "mais para adultos", ele é para adultos e pronto. Demografia errada em adição ao conceito sexista.
Mas no caso da sua amiga, tenho certeza que a culpa é toda do pai rígido e ignorante que já tinha seus preconceitos definidos muito antes do surgimento dos video games, e não dos anúncios.
Mas em que as propagandas de videogame com mulher pelada ajudam na causa? Meu ponto foi esse. Junta a ignorância de um lado com uma postura sexista do outro e a gente só piora a coisa.
O mundo nunca esteve tão sexualizado para ambos os lados e existe uma seletividade muito clara do que é aceitável e do que não é, baseada em idéias políticas. Há 2 pesos e 2 medidas para tudo: as dançarinas do Faustão são objetificação, mas 50 Tons de Cinza explode em bilheteria; o mesmo pessoal que reclama das heroínas de roupas curtas dos quadrinhos é o que glorifica Anita e Miley Cyrus; qualquer nudez besta tem potencial para censurar toda uma obra, mas colocar uma criança pra encostar no p**** mole de um velho pelado (CRIME) está prestes a se tornar arte... No fim do dia, se você estiver do lado certo, tudo é permitido.
Novamente, estamos relativizando aqui. As dançarinas do Faustão estão dançando com pouca roupa na TV aberta na tarde de domingo, 50 Tons de Cinza é um softcore ruim com restrição de idade, não vai passar no mesmo horário. As heroinas de roupa curta aparecem em histórias escritas por homens no qual a indumentária não tem qualquer significado na trama, já as moças em questão estão fazendo o próprio trabalho e escolhendo aparecer daquele jeito. Eu adoro um uniforme justinho de heroina e não ligo particularmente para o trabalho das tais cantoras, mas eu entendo porque tem mulheres que se incomodam com o tipo de sexualização gratuita que os primeiros oferecem, afastando as mesmas do hobby (não soa familiar?) e concordam com o posicionamento das outras duas, bem como eu sei que não necessariamente são as mesmas pessoas que apoiam as duas coisas ao mesmo tempo. A tal criança lá não pegou no pau no cara, até onde é sabido ela encostou no pé dele com a mãe do lado, tem vídeo do momento aliás. Eu também não concordo com a performance artisticamente falando nem com o fato de ter crianças ali, mas daí a ser crime é outra história. É um caso semelhante ao do humorista com o câncer, não? A performance dele significava alguma coisa e era um comentário sobre justamente a questão da relação sexualidade/erotismo, era uma ferida como qualquer outra. Era literalmente só um cara pelado, da mesma forma que em pode aparecer gente nua em arte sem ser sexualizada. Todos os casos acima, todos mesmo, são questão de contexto. Igualzinho o problema das publicidades com mulher pelada para videogame, o nosso assunto aqui.
Inclusive foi esse tipo de militância com finalidade de aplicar uma censura moral às empresas tradicionais que provocou o #gamergate, o episódio mais mal-interpretado da história dos games.
Entendi. Então você concorda com o doxing e demais ações anônimas tomadas para combater essa tal militância e a suposta "pureza" do jornalismo de jogos? Juro que estou perguntado de boa, queria entender como isso foi mal interpretado.
Então, pelo motivo de não termos esse contexto social, a propaganda é aceitável? Precisamos normalizar um comportamento vulgar primeiro para combatê-lo depois? Porque é esse o efeito que a propaganda produz (1, 2, 3, 4...), e ainda assim, dois erros não fazem um acerto. É a velha história do "faça o que eu digo, não faça o que eu faço". É publicidade baseada em objetificação do mesmo jeito, reduzindo um ser humano à sua carne, vinda de gente que diz buscar igualdade cometendo o mesmo pecado mortal contra o qual milita. Pra mim, não tem justificativa: se é pra deixar o mundo chato, que os dois lados sofram as consequências. Se existe uma injustiça contra mim que eu quero que desapareça, por que promovê-la contra outras pessoas inocentes ao invés de dar o exemplo? E que fique claro: não sou contra a exibição do anúncio das Havaianas, nem contra os anúncios desse tópico; sou contra a hipocrisia e o tratamento desigual que as pessoas dão ao mesmíssimo problema.
O tratamento não é desigual, é proporcional. Não há como tratar igualmente uma questão que não está equilibrada à princípio, como já tinha falado anteriormente. É a mesma coisa do "racismo reverso" :roll:
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Gate
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Re: As propagandas dos games já foram sexistas

Mensagem por Gate »

Corredor X escreveu: Dom Nov 12, 2017 3:20 pm Os arcades eram originalmente direcionados para um público mais adulto e videogame era coisa de família no início, a publicidade da época do Atari, Odyssey etc. atenta para isso. O próprio Washington Olivetto no 1983 comenta a respeito. E era real, meus pais jogavam Atari comigo quando compramos o console, temos fotos de encontros da família com diferentes gerações de tios e primos se acabando no Odyssey também. O videogame era um evento como videocassete também começou a ser na mesma época. Óbvio, eles eram vendidos como brinquedos, o principal interessado da casa em adquirir um era a criança, mas o marketing não excluía as demais faixas etárias, chamava a atenção para elas. A coisa vai tomando outras formas com o tempo, com a pegada do fim dos anos 80 e começo dos 90, quando a publicidade vai estreitando o alcance para a faixa que a gente toma como jogador de videogame na época no mercado ocidental (Japão é outra história). Quem vai recuperar a coisa do "videogame para todo mundo" aqui é a Ni***ndo na época do Wii.
Tudo bem, você reforçou meu ponto aqui: o mercado muda de foco de acordo com o público conquistado. Se o Wii resgatou o "video game para todo mundo", significa que pra conquistar a fatia que faltava foram necessárias inovações e gimmicks, impensáveis no passado, o que nos dá a noção de que a mulher está mais interessada em interatividade e fácil acesso do que no conceito de console tradicional. Se o mercado não conseguiu atrair muitas mulheres naquela época não é porque ele era sexista, é porque ele ainda não tinha a visão e os recursos que no futuro prenderiam a atenção delas. Empresas querem lucrar, e quanto mas gente consumindo melhor, então nenhuma empresa fez nada pra manter as pessoas longe dos seus produtos, apenas direcionaram alguns produtos para uns e outros para outros, como a Mattel faz com Max Steel e Polly Pocket... Quando a cena mudou, o mercado foi fundo e conquistou todo mundo.
Corredor X escreveu: Dom Nov 12, 2017 3:20 pm Você ia achar que esse jogo é para você? Claro que não, fora que não teria nada a ver com o conceito do jogo como a original também não tem. Não era nem para estar naquela revista, também. Ele não seria "mais para adultos", ele é para adultos e pronto.
Não, eu não acho que esse seria um jogo para mim. Eu provavelmente viraria a página e observaria o próximo anúncio, porque eu sei que eu não sou o centro do Universo e o mercado não pode satisfazer 100% dos meus interesses o tempo todo. Se o próximo anúncio fosse de um jogo da Barbie, eu continuaria folheando, porque tenho a consciência de que aquele jogo foi direcionado ao público feminino, e a vida segue...

Mais um ponto importante: nenhum dos anúncios mostra nudez explícita, então não precisam estar na Playboy pra serem publicados. Se faz parte do bom senso da maioria ou não, não importa: não há lei que proíba isso, ou pelo menos não havia na época (não sei qual é a situação hoje em dia com classificação indicativa e tal). Aliás, estando o contexto do anúncio de acordo ou não com o jogo, é uma decisão da própria empresa. Isso pode ser bom ou ruim pra venda de um produto. No caso do anúncio do jogo de tênis, é um jogo tão chato que a empresa decidiu colocar uma bunda no anúncio pra ver se podia prender a atenção do leitor pelo menos por 5 segundos.
Corredor X escreveu: Dom Nov 12, 2017 3:20 pm Mas em que as propagandas de videogame com mulher pelada ajudam na causa? Meu ponto foi esse. Junta a ignorância de um lado com uma postura sexista do outro e a gente só piora a coisa.
Não ajuda em nada, porque ela não era o alvo dos anúncios. Mais uma vez: Max Steel e Polly... Cara, usar o exemplo da sua amiga mestre em Street Fighter para atribuir a pecha de machista a todo o mercado de games antigo é um monumental equívoco. Minha irmã e muitas outras amigas sempre puderam jogar o que quiseram, freqüentavam fliperamas e locadoras e nunca sofreram nenhum tipo de preconceito quanto a isso, aliás os nerds achavam incrível ver meninas jogando, ficavam olhando de longe... E elas nem precisavam ownar os meninos pra serem bem recebidas nas jogatinas, que nem a sua amiga fazia: bastava ter o interesse de jogar e pronto. Eu sei que isso é uma realidade que talvez varie de acordo com região, costumes e criação, mas você chegar hoje em dia e dizer que as mulheres sempre foram discriminadas na comunidade gamer como um todo simplesmente não procede, porque temos inúmeros exemplos vivos que contrariam essa afirmação. Eu também conheço homens que, quando meninos, foram impedidos de jogar video games pelos pais porque eles diziam que aquilo apodrecia o cérebro, e nem por isso você vê a indústria sendo atacada por produzir anúncios que pudessem ser interpretados dessa maneira por gente ignorante como esses pais. Então sim, tem um monte de frescuras em torno de tudo isso aí, o que eu acho um grande pé no saco...

E, de novo, não é porque alguns anúncios eram mais apelativos que você deve considerar a indústria toda como machista. Pegue os melhores jogos: Sonic, Mario ou o próprio Phantasy Star e me mostre algum anúncio machista que botava as meninas pra correr. Não tem. Daí alguém do século XXI encontra um velho anúncio de um jogo de tênis tão chato que precisava de uma bunda na propaganda pra ser vendido, e conclui que a indústria toda era machista? Como assim?! É por isso que não vejo os anúncios do post como machistas, são apenas direcionados a um público determinado, que nesse caso específico não inclui as mulheres. Não tem nada de errado em direcionar certos produtos apenas para o homem ou apenas para a mulher de vez em quando, com base em pesquisa de mercado.
Corredor X escreveu: Dom Nov 12, 2017 3:20 pm Novamente, estamos relativizando aqui. As dançarinas do Faustão estão dançando com pouca roupa na TV aberta na tarde de domingo, 50 Tons de Cinza é um softcore ruim com restrição de idade, não vai passar no mesmo horário. As heroinas de roupa curta aparecem em histórias escritas por homens no qual a indumentária não tem qualquer significado na trama, já as moças em questão estão fazendo o próprio trabalho e escolhendo aparecer daquele jeito.
Beleza, mas e quando a convidada do Faustão é a Anita lacradora? Temos um palco onde as mulheres dançando no fundo são pura objetificação e na frente temos uma grande "heroína" do feminismo de calcinha e sutiã se esfregando no pedestal do microfone, simultaneamente no horário nobre de domingo, fazendo a mesma coisa: dançando. Todas escolheram estar ali e fazer o que fazem, por que eu deveria questionar a existência das dançarinas e jamais ousar criticar a existência da atração? Até porque ela tem suas próprias dançarinas, E dançarinos nos quais ela pisa de salto alto. Não é relativização, é double standard mesmo.
Corredor X escreveu: Dom Nov 12, 2017 3:20 pm As heroinas de roupa curta aparecem em histórias escritas por homens no qual a indumentária não tem qualquer significado na trama, já as moças em questão estão fazendo o próprio trabalho e escolhendo aparecer daquele jeito.
Se a heroína fosse criada por uma mulher tudo já estaria automaticamente bem? E porque ninguém se atenta ao fato de que os super-heróis também usam lycra e exibem seus músculos suados e brilhantes? Por que uma "indumentária" tem que fazer tanto significado em histórias fantasiosas onde todo mundo tem super poderes e vivem em planetas distantes? Porque só um dos lados faz tanto barulho se ambos usam roupas apelativas? Deveríamos ter heróis musculosos e heroínas de burca? Ou deveríamos começar a reclamar sobre os heróis masculinos?
Corredor X escreveu: Dom Nov 12, 2017 3:20 pm Eu também não concordo com a performance artisticamente falando nem com o fato de ter crianças ali, mas daí a ser crime é outra história. É um caso semelhante ao do humorista com o câncer, não? A performance dele significava alguma coisa e era um comentário sobre justamente a questão da relação sexualidade/erotismo, era uma ferida como qualquer outra.
Tem um motivo pelo qual nunca ligamos a TV e vimos, em qualquer horário que seja, um órgão genital sendo exibido em qualquer tipo de obra cinematográfica. E esse motivo está listado no artigo 240 do ECA. Em adição, os artigos 74-79 servem pra evitar o que aconteceu naquela exibição. Além disso tem uma outra lei federal que não me lembro o número, que trata esse assunto com mais especificidade e rigidez. Então não era uma ferida como qualquer outra. Fazer uma piada sobre de câncer na frente de uma criança não é ilegal.
Corredor X escreveu: Dom Nov 12, 2017 3:20 pm Entendi. Então você concorda com o doxing e demais ações anônimas tomadas para combater essa tal militância e a suposta "pureza" do jornalismo de jogos? Juro que estou perguntado de boa, queria entender como isso foi mal interpretado.
Nem um pouco, nunca falei isso. Nem com divulgação ilegal de dados, nem com o assédio e muito menos com a "pureza" do jornalismo de jogos. Inclusive, isso que você chamou de "jornalismo de jogos" foi a chave para transformar o que se iniciou como um protesto contra grupos politicamente corretos tentando aplicar uma censura insana à indústria de games em uma campanha descontrolada de assédio. O gamergate não começou com nenhuma dessas finalidades, eu inclusive estava lá observando quando tudo isso começou. Começou quando tentaram colocar uma burca na Samus. Começou no Reddit e usou o Twitter pra registrar os posts. Houve uma ação intensiva da mídia gamística (como toda mídia corrupta) tentando transformar o protesto em um rant sexista, e quando isso veio ao conhecimento de idiotas do 4chan, tudo foi por água abaixo, porque eles aceitaram orgulhosamente a tarja de machistas e começaram a fazer tudo isso que você falou, com o único intuito de levantar a crista para a mídia. Graças a eles, que se "uniram" ao protesto por conta própria, hoje temos um episódio nojento de Law & Order demonizando os gamers do sexo masculino, nos transformando em estupradores... Agora, se você limita suas fontes à mídia orientada a video games, essa história não é contada. Tem que voltar nos posts de 2014 e ver com os próprios olhos.
Corredor X escreveu: Dom Nov 12, 2017 3:20 pm O tratamento não é desigual, é proporcional. Não há como tratar igualmente uma questão que não está equilibrada à princípio, como já tinha falado anteriormente. É a mesma coisa do "racismo reverso" :roll:
Depende do que você quer dizer sobre racismo reverso. Se você está dizendo que brancos são inerentemente racistas e negros não podem ser racistas não importa o que façam, isso não existe. Se você quer dizer que existe um racismo "pior" que o outro... bem, também não. Racismo está definido em Constituição e não cita nome de cor, então não há justificativa em tratar um ou outro com mais rigidez, não importando o desequilíbrio da situação. Já no comercial das Havaianas, só apontei a hipocrisia. Não vou repetir tudo, mas pelo fato de não existir lei contra seu conteúdo, não me importo. Assim como não me importo com os anúncios dos games.
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Jair
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Re: As propagandas dos games já foram sexistas

Mensagem por Jair »

Galera o admin me pediu pra fechar esse tópico por que ele paga por carácter armazenado no banco de dados, e vocês escrevem demais.



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