Emular é errado ou uma forma de preservação dos jogos?!

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Sonymaster
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Emular é errado ou uma forma de preservação dos jogos?!

Mensagem por Sonymaster »

Nesta semana, a Ni***ndo levou à corte americana dois dos maiores sites que disponibilizam ROMs na internet, versões não-oficiais de jogos feitas para funcionarem em emuladores, acusando violações de direitos autorais.

A companhia japonesa exige a queda dos portais e indenizações que variam entre 150 mil até 2 milhões de dólares. Segundo a Ni***ndo, enquanto que vários sites do gênero são tocados como hobby, estes dois tratam-se de verdadeiros projetos profissionais, que rendem lucro em cima de suas propriedades.

Levando em conta que ambos os sites pertencem a uma mesma pessoa, e que foram infringidas as propriedades intelectuais de mais de 140 jogos e 40 marcas, tudo isso somado pode custar até 100 milhões de dólares.

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Os sites responderam a pressão: um deles omitiu todos os produtos da Ni***ndo, enquanto que o outro, foi completamente retirado do ar (ao que tudo indica, temporariamente).

Do ponto de vista legal, entende-se que, se uma empresa é dona dos direitos de distribuição de um determinado jogo ou marca, ela pode fazer o que bem entender com eles, inclusive processar sites que disponibilizam estes jogos sem sua autorização.

No entanto, até onde a emulação de jogos antigos é errado ou prejudicial à indústria? Combater desta forma adianta de alguma coisa? E qual seria a saída ideal para todos?

O mercado da nostalgia


Muito do sucesso e prestígio da Ni***ndo, até hoje, se dá graças à nostalgia, e isso fica bem claro em vários dos movimentos da empresa.

Recentemente, lançaram versões mini do NES e SNES, que funcionam - olha a ironia - através de um tipo de emulação. É um simples e pequeno hardware dedicado e projetado para ser utilizado na TV, como um console, que incluiu pouco mais de 20 jogos pré-instalados. Há rumores até de uma versão miniatura do Ni***ndo 64 no futuro.

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Outra iniciativa conhecida foi o Virtual Console, uma loja dedicada a jogos antigos para o Wii, Wii U e 3DS, com vários clássicos tanto de consoles de mesa quanto portáteis, pertences a Ni***ndo ou de terceiros. Cada título custava entre 3 a 10 dólares, dependendo do jogo e da plataforma. No total, já foram vendidos mais de 10 milhões de jogos desta maneira.

Ao menos por enquanto, não existem planos de um Virtual Console no Ni***ndo Switch, mas a empresa já prometeu alguns jogos de NES como parte de sua assinatura online, incluindo até recursos como o multiplayer pela rede, inédito nestes jogos.

A luta da Ni***ndo por suas marcas é totalmente compreensível, já que as propriedades são dela e impactam diretamente em seus negócios. No entanto, a emulação vai muito além disso.

Tudo depende da finalidade


Quando se trata de questões legais, emuladores estão em uma espécie de “região cinza”. Emulação, por si só, não é errado, mas pode ser utilizada como ferramenta para a pirataria.

Enquanto um emulador não reutilizar códigos de um produto de propriedade privada e for fruto unicamente de engenharia reversa, assume-se uso justo (fair use), lei que proteje o uso não licenciado de trabalho proprietário em circunstâncias específicas.

Vários desenvolvedores e membros ativos na comunidade de emulação argumentam que, acima da pirataria, trata-se da preservação da história dos games como mídia de entretenimento.

O SNES Preservation Project, por exemplo, abriga ROMs e até mesmo imagens escaneadas de caixas e manuais, milhares de jogos lançados para o console, inclusive alguns limitados a regiões específicas ou extremamente raros. Tudo isso sem quaisquer fins lucrativos. Algo semelhante acontece com o The Video Game History Foundation’s, que até mesmo auxiliou a Capcom na produção de Mega Man: Legacy Collection.

Nas palavras de Byuu, desenvolvedor de vários emuladores e personalidade influente na comunidade: “não quero que aconteça com os games o que foi com os filmes, onde a maioria das produções dos primeiros 50 anos acabaram se perdendo no tempo”.

Só que, infelizmente, a pirataria sempre vem junto, querendo ou não. Emuladores podem ser usados tanto para o “bem” quanto para o “mal”, a fim de resgatar jogos perdidos no tempo ou lucrar em cima da pirataria de títulos recém-lançados.

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The Legend of Zelda: Breath of the Wild, por exemplo, já funcionava perfeitamente bem em emuladores de PC poucas semanas após o lançamento do game. Não sabemos o quanto isso impactou nas vendas do jogo, até porque, obteve ótimos resultados. Ainda assim, é uma dúvida que fica. O Cemu, emulador utilizado, é mantido através do Patreon, plataforma de financiamento coletivo. São quase 9 mil dólares por mês através de mais de 2 mil apoiadores.

Não é à toa que esse emulador controverso até dentro da comunidade de emulação. Ao contrário de vários outros projetos, que são de código-fonte aberto e foram construídos por uma comunidade colaborativa, sem dinheiro envolvido, ele é fechado e recebe generosas doações.

Impactos


Muitos dizem que a concorrência por parte dos emuladores é desleal, mas há quem questione. Segundo Pierre Bourdon, desenvolvedor do emulador Dolphin, seu software registra cerca de 50 mil usuários diários. Os consoles originais, GameCube e Wii, venderam 20 e 100 milhões, respectivamente. Ou seja: é menos de 1% da audiência dos consoles.

Pelo menos com relação aos jogos antigos, são produtos que, geralmente, nem mais comercializados são. A emulação, inclusive, já ajudou muitos jogos e franquias a se manterem acessíveis e populares, e isso, de certa forma, é bom para os donos das marcas. Qual é a semelhança entre comprar um cartucho usado e baixar uma ROM? Ambos rendem lucro algum para as suas publicadoras.

Qual é a semelhança entre comprar um cartucho usado e baixar uma ROM? Ambos rendem lucro algum para as suas publicadoras.

E por mais que não seja exatamente o tema deste texto, vale mencionar que, no caso da emulação de consoles recentes, convenhamos: é sempre mais barato, prático e funcional recorrer ao hardware e jogos originais. Emulação, quase sempre, não é uma boa alternativa para a pirataria.

A pirataria quase sempre vem antes da emulação, e não o contrário. Para que bons emuladores sejam construídos, é necessário a engenharia reversa dos hardwares e softwares originais, e que, em muitos casos, só é possível após os primeiros “jailbreaks”.

Consenso


A pirataria é como uma hidra: corta-se uma cabeça, surgem outras duas. A história já provou que bater de frente não é a melhor forma de combatê-la, e sim oferecer algo mais vantajoso aos consumidores. No mais, a comunidade séria de emuladores não precisa pagar pelos erros dos mal intencionados.

Pessoalmente, acredito que a melhor saída para a Ni***ndo, assim como para várias outras empresas que “monetizam a nostalgia”, é oferecer boas alternativas de jogos retrô, que entreguem valor aos consumidores e, com isso, desmotivem o uso de ROMs ilegais.

Serviços como a Steam, com bons preços e promoções arrasadoras, ou até mesmo o Xbox Game Pass, que oferece um catálogo extenso de jogos por apenas 30 reais ao mês, já provaram que, se há uma alternativa melhor que a pirataria, ela deixa de ser tão recorrida.

Assistir filmes e séries pelo Netflix é muito mais prático e seguro do que baixá-los pela internet afora. O mesmo vale para o Spotify e a indústria da música. Não é à toa que, cada vez menos, procuram-se alternativas ilegais.

Imagine um serviço com inúmeros jogos de todos os consoles antigos da Ni***ndo, que permite jogar em qualquer lugar, Switch, smartphones ou PCs, por um baixo valor mensal? Talvez até com modos online, conquistas e coisas do tipo.

Ou talvez uma loja nos moldes do Virtual Console, mas disponibilizada em diferentes plataformas, não apenas as da Ni***ndo, com preços justos e um catálogo tal qual o dos grandes sites de ROMs?

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A iniciativa SEGA Forever é um ótimo exemplo disso. Trata-se de um serviço para smartphones que oferece um crescente catálogo de jogos clássicos da SEGA, do Master System até o Dreamcast, com opções de jogar gratuitamente, com propagandas, ou pagar alguns dólares para se livrar dos anúncios e ter acesso a recursos exclusivos, como saves na nuvem.

É algo que tem funcionado até mesmo como métrica de quais propriedades intelectuais possuem mais popularidade e apelo comercial, podendo receber mais investimentos no futuro.

Assim, os usuários possuem uma ótima alternativa para jogar seus games antigos, de maneira oficial e lícita, que rende lucro aos donos das marcas, e sem a necessidade de travar uma batalha perdida contra a pirataria. Fica a dica, Ni***ndo.

Fonte: Voxel
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Odin
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Re: Emular é errado ou uma forma de preservação dos jogos?!

Mensagem por Odin »

Eu acho que tem várias tretas envolvidas nesse caso, eu acho que se os sites ganham dinheiro com esses jogos, eles tem mais é que se ferrarem mesmo, mas se não lucram, não vejo como algo ilegal, apesar que por lei possa ser.

Esses dois sites em questão parece que realmente eles ganhavam dinheiro com roms, então por isso a Ni***ndo tenha tomado essa atitude drástica, fora que atualmente ela vende esses console Minis, que são emulados, e provavelmente ela não deve ter gostado nada que tem um pessoal modificando eles e botando os fullsets dos consoles neles :lol:

Eu acho que as empresas donas dos direitos dos jogos, principalmente a Ni***ndo, devem ter bom senso e permitirem o compartilhamento desde que não haja nenhuma grana envolvida com isso, que possa permitir em sites de entusiastas, que não ganham nada com os jogos, pois as roms servem para coisas boas também, principalmente para preservar a memória dos jogos, fora que muita gente quis comprar os jogos originais porque conheceram eles nas roms, ou conheceram por cartuchos piratas, eu mesmo comprei muitos jogos assim, os cartuchos mais caros que comprei eu só comprei porque joguei as roms, e quis muito ter os jogos originais e acabei comprando.
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Zillion
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Re: Emular é errado ou uma forma de preservação dos jogos?!

Mensagem por Zillion »

Acho que a Ñtendo está certa, se estão usando elas para fim comercial devem ser pagos os direitos, já para fim de emulação em PCs ou mesmo consoles modificados não vejo problema até porque há outras empresas com ROMs em sites e nenhuma corre atrás disso, já ganharam muita grana com esses jogos no passado e o que interessa para elas hoje é o presente, a Ñtendo é a TecToy melhorada japonesa; lança um console novo mais vive com o pé no passado relançando suas 'mini' tranqueiras, deviam minimizar seus custos e lançar um único produto no mercado, com preço mais acessível que o concorrente e que trouxesse a nostalgia do passado e bons jogos do presente.
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Odin
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Re: Emular é errado ou uma forma de preservação dos jogos?!

Mensagem por Odin »

Penso o mesmo Zillion.

Eu como sou entusiasta de computadores antigos também, as vezes conheço muitos sites de softwares antigos, tem milhares por ai, alguns bem conhecidos, e neles postam sistemas operacionais e programas que ainda tem direitos autorais, mas as empresas nem devem dar bola, pois eles são programas antigos e quem os baixa são pessoas que curtem retrô computação... Isso vale bastante para os jogos antigos também, nesse caso as empresas protegem mais seus jogos, que ainda podem ser vendidos em consoles emulados de forma oficial, mas se não haver grana envolvida nesses compartilhamentos, as empresas deviam ter um bom senso.

Mesmo que a Ni***ndo um dia consiga fechar todos os sites de roms, sempre vai haver outro meio de compartilhamentos, os Torrents estão ai, e neles provavelmente ninguém lucra com nada, só vi alguns casos uma vez de Torrents Premium, mas nem sei como funciona isso :lol:
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Re: Emular é errado ou uma forma de preservação dos jogos?!

Mensagem por Zillion »

Em off: Viva a Pirataria.
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Re: Emular é errado ou uma forma de preservação dos jogos?!

Mensagem por DMN_Sonic »

Como eu li em um grupo que participo e concordei.

Era a nossa maneira de ter jogos, conseguir jogar algo. O acesso pra se ter jogos é maior e a possibilidade de comprar seja em alguma promoção ou mesmo digital facilita. A gente fazia por "necessidade" mesmo.

É provado que foi a pirataria que incentivou os videogames aqui e mesmo eles não gostando hoje é um dos maiores mercados por conta disso.

Achei engraçado que nesse mesmo grupo um cara falou que queria colecionar PS2 mas não queria jogos originais, tinha um cara que fazia repros de 1/1 por um valor bem legal. Eu ri, muitos riram e ele se deu conta que colecionismo é um negócio bem estranho...

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Se estiver alguma palavra maluca digitada nos meus posts , culpem o corretor ortográfico do Android.

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