Bom, galera, finalmente estou em casa denovo. Como é bom voltar ao Windows XP (O Linux também seria maravilhoso, se não fossem os problemas de drivers para esse computador em que estou). Se o Windows Millenium Edition era o pior de todos, acaba de perder seu posto para o Windows Vista. Esse, para mim, foi o pior de todos, sem sombra de dúvida.
Suei muito, mas consegui upar as últimas fotos para o fotoboqueta na porcaria do Vivo 3G. Essa dupla boqueta+Vivo pareciam o pior do funcionalismo público. Uma má vontade de doer! Quando um funcionava, o outro boicotava. Foram pelo menos 3 dias de tentativas e poucos uploads. Mas estão lá. Venci momentos antes de sair de Campos do Jordão. Só não deu tempo para escrever o relato.
Bom, a primeira parte da história eu já contei no primeiro post. O que vou contar aqui foi o que aconteceu depois, quando encarei minha árdua tarefa de "colonizador" e parti para o massacre.
Já cheguei a citar que, na falta de boas idéias, decidi usar uma massareba (mistura de massaroca com mistureba) de álcool etílico 46°, inseticida SBP e óleo desengripante tipo WD40, mas de outra marca, que só as fotos talvez possam me lembrar. Nessa ordem. Achei que com uma pequena inundação de álcool as danadas já se sentiriam obrigadas a sair de dentro do console. Ledo engano.
Ouvia-se seus passos lá dentro, e ás vezes era possível vê-las passar sobre a placa pelo vão cujo leitor ótico corre. As únicas "vias" de acesso para o álcool penetrar o abrigo eram as aberturas de refrigeração da carcaça. O vão do leitor também poderia ser, mas ali eu não queria arriscar estragar o próprio canhão e o mecanismo de leitura.
Sabia que o álcool 46° era bastante impróprio, por conter bastante água em sua composição, mas eu não dispunha de muitas opções. Imaginei que o álcool e também a água poderiam ser removidos logo depois por secagem ao Sol e com panos. Já vi alguns aparelhos eletrônicos sobreviverem a enchentes, desde que bem secos antes de religados. Meu próprio PC já passou por essa experiência, quando houve um problema hidráulico aqui em casa.
Mas meu conceito sobre as danadas estava errado. Elas eram mais valentes e persistentes do que eu havia imaginado. Então tive que apelar para o inseticida. Esse me preocupava, porque em forma de spray, poderia afetar o leitor, mesmo que eu não mirasse nele. Aplicar o inseticida foi doloroso para mim, ao ver uma espuma branca se agarrar aos plásticos do console. Não gostei NADA daquilo. Mesmo assim, nenhuma danada saiu de lá.
Percebi que teria que agir naquela "janela" por onde às vezes uma delas passava. Mas encher o leitor de espuma era inconcebível para mim. Decidi usar um pequeno tubo de alumínio para tentar direcionar o jato de inseticida para dentro do vão, evitando que se espalhasse e atingisse o leitor. Outro engano. O que saiu na outra ponta do tubo foi uma espuma expessa, que vi cair sobre alguns componentes e cobrí-los. Aquilo também doeu.
Mas nada das danadas abandonarem seus postos. O inimigo sempre parece um ser baixo, até começar a dar trabalho de verdade. É quando começamos a respeitá-lo. hehe.
Com as duas tentativas frustradas, e ainda ouvindo alguns movimentos dentro do console, resolvi tentar o óleo spray. Apliquei em todas as fendas de ventilação, e também no vão do leitor, já que a lata de óleo tem aquele tubinho para direcionar bem o jato. Ouvi com espanto a reação efervescente do óleo dentro do console. Parecia que ele reagia com a espuma branca do inseticida, como se fosse açúcar em refrigerante com gás. Mas aí ouvi um pouco mais confiante uma grande agitação das danadas. Aquilo deve ter ardido para elas.
Não sou budista, mas concordo com algumas de suas visões de mundo. Não acho que animais possam ser humanos reencarnados, mas acredito que eles têm uma vida e uma consciência própria, o que os faz sentir a vida como qualquer ser, inclusive humano. Por isso, respeito qualquer forma de vida, e lamento se em algum momento a necessidade de sobrevivência, ou segurança para a sobrevivência, me obrigar a terminar uma vida.
Só o faço porque a lei da natureza emgloba essa necessidade, e qualquer ser vivo a segue. Mas não adimito a covardia de matar sem necessidade, matar por matar, por prazer, ou "só pra ver o que acontece". Não adimito a ignorância do menosprezar o que não se compreende.
Bom, posto isso, claro que lamentei a chassina que promovi, ainda que se tratando de baratas. Elas estavam lá porque acharam que era um lugar seguro. Não podem saber o que fizeram, e morreram sem saber o motivo. Também não podem saber a repulsa que a maioria de nós sentimos por elas. Afinal elas são o que são, nasceram assim e não escolheram nascer assim.
Tenho certeza que nós humanos somos igualmente nogentos e repulsivos a alguns olhos não humanos. Mas não temos como saber disso. Me senti um colonizador espanhol (ou qualquer outro)...
Voltando ao tema inicial... as fotos começam com a busca dos corpos entre os escombros. Desmontei a primeira parte com muito cuidado para não ser alcançado por alguma sobrevivente.
Vi que não eram tantas baratas quanto pensei ter visto na noite anterior, lá no "saguão" do CD. Aqui havia 2 adultas e umas 5 filhotes. Na noite anterior tive que matar uma outra adulta que eventualmente saiu do console lá no quarto onde ele estava quando percebi a existência delas. Claro que passei o resto da noite muito atento a qualquer movimento ou som, para saber se mais alguma não estava por lá. Nenhuma mais apareceu.
Não vou postar todas as fotos aqui, mas fiquem à vontade para visitar o álbum no fotoboqueta.
Por alguma razão, elas acharam interessante instalar casulos ao redor de um dos processadores, e perto do slot de expansão.
O lado de baixo da placa estava ok, e o estado geral dos componentes parecia muito bom.
Peças separadas.
Removi todo e qualquer corpo e casulo do console, bem como os detritos acumulados nos cantos das carcaças.
Depois de tudo isso, é óbvio que eu não poderia só dar uma assopradinha e montar o console denovo. Ele precisava passar por uma verdadeira desinfecção. Levei tudo para a oficina e comecei o trabalho minucioso.
Aí estão, na bancada, todas as peças, ferramentas e produtos, incluindo o limpa contato, que segundo meu pai, químico, é feito de um álcool puro, o Isopropanol. Realmente ele saía bem gelado e secava bem rápido.
Placa mãe. Sua limpeza deu muuuuuito trabalho. Fui tirando tudo o que achava, com a escova de dentes, cotonete e banho de limpa contato. Também fui aproveitando para inspecionar trilhas, componentes e contatos.
Placa da fonte (interna)
Leitor - frente
Leitor - costas. Tentei pegar o código na foto, mas essa minha câmara....
Acabamento do leitor (achei muito bonito!)
Proteção (antiestática?) superior da placa mãe
Proteção inferior da placa mãe
Carcaça inferior. As carcaças eu lavei com álcool 46°, esfregando com escova e depois lavei com água. Sequei com pano e cotonete (nos cantinhos)
Traseira externa da carcaça inferior
Lado externo da carcaça inferior, com as informações sobre o console (fabricação em "FREBUARY 1995")
Carcaça superior
Interior da carcaça superior. Essa deu trabalho para escovar e limpar com cotonete cada cantinho e fenda de refrigeração
Tampa do compartimento do CD
Depois de tudo limpo em minúcias e seco, começa a montagem:
Colocação do flat cable, que liga a fonte à placa mãe
Reparem as travinhas do leitor. São plásticas, e de encaixe. Isso eu não gostei. Preferia que fossem parafusos.
Travinhas colocadas
Colocação dos parafusos. Aliás, fiquei bem contente de não estar faltando nenhum parafuso. Só faltou mesmo a mola da tampa e a tampa da porta de expansão lateral, para que o corpo do 3DO estivesse plenamente completo.
Aí está!
A equipe toda!
Para ajudar na limpeza das placas e enxergar bem as sugeiras e os detalhes da situação dos componentes e trilhas, usei essas lentes para desenho.
Satisfação no teste. Quase um "Hello world"!
Pena que ele não detectou o CD. Esse é o próximo passo na recuperação do meu 3DO.
Próximos alvos de recuperação: os impressos estão em boas condições
Acabou sendo um resgate, uma recuperação desse 3DO, que poderia acabar indo para o limbo... hehe.
Bom, é isso.
Abraço a todos.