Re: Jogatina Sega Brasil - Terminados 2021
Enviado: Sex Set 17, 2021 4:14 pm
Blue Stinger, DC
Em Blue Stinger controlamos um policial e um capitão de um barco para descobrir o que aconteceu em uma ilha, após ela ter sido atiginda por algo que veio do espaço. É um survival horror, mas meio incomum por que de horror mesmo ele tem pouco. Não há muitos sustos e na maioria das vezez é fácil desviar dos monstros e seguir em diante. Os chefes também são super tranquilos desde que você tenha as armas certas. Armas inclusive é algo estranho a parte, pois podemos comprá-las em máquinas de conveniência espalhadas por todos os lugares (além de encontrá-las pelos cenários).
Com o desenrolar da história descobrimos o que aconteceu com a ilha e com a empresa que fazia experimentos naquele local, e os dois personagens vão ficando mais próximos apesar dos diálogos serem sempre mais pra comédia do que pra qualquer outra coisa. O policial é metido a galã e adora tirar onda com uma mulher que os ajuda através do rádio, algo que não tenho certeza que seria aprovado nos dias de hoje. Jogo é todo em 3D inclusive os cenários, com mais de 200 salas espalhadas por longos corredores, e isso é algo que me deixou de saco cheio: muita ida e vinda entre as diversas partes da ilha. Tipo, pra entrar num elevador precisa-se de uma chave que tá numa sala, mas pra entrar na sala precisa-se de outra sala que está em outro andar, pra chegar no andar é necessário pular uma janela, e ao finalmente entrar no elevador ele não funciona, então agora é preciso atravessar o jogo atrás de um meio chegar no painel de controle do elevador, e assim vai indo. Cansa, muito, no final do jogo eu carregava comigo umas 50 chaves diferentes além de mais um monte de ítens esquisitos. E nem sempre o que fazer é claro, é tudo muito na tentativa e erro, depois de uma certa altura eu apelei para um guia e mapa por que não tinha mais saco de tentar adivinhar o que fazer. Também há alguns eventos com tempo para serem executados, isso quer dizer que se o tempo acabar é necessário começar de novo, um saco, estamos falando de 30 ou 40 minutos de jogo jogados fora. Isso leva a outra reclamação minha: os pontos para salvar o jogo são muito longes, e hoje em dia eu não consigo me dar o luxo de jogar 30 ou 40 minutos sem salvar pois sempre tem algo que pode aparecer e me obrigar a parar.
O jogo acontece no natal e com isso há muita música alegre pelo jogo, e muita referência ao natal nos gráficos (inclusive em certa altura um personagem tem que usar uma roupa de papai noel). Graficamente o jogo não é ruim, é tudo muito coloridos apesar de meio quadrado para os dias de hoje.O que descobri agora é que eles contrataram um cara famoso de hollywood para fazer o design dos monstros, e valeu a pena por que eles são um show a parte principalmente os humanos mutantes, são horríveis (no sentido de meter medo).
O som também é bacana, se não levar em consideração tem música de natal (em um survival horror). São poucas músicas e elas tem aquela batida pra deixar o jogador nervoso, tenso. Também descobri que eles contrataram um cara conhecido no Japão para as músicas (e depois ele ficou famoso com outros trabalhos).
Algo que na época foi muito criticado (e ainda é) é a câmera. A versão original japonesa usa uma câmera fixa em cada sala, pra dar uma visão de filme ao jogo e criar uma experiência cinematográfica. A versão americana mudou para uma câmera atrás do personagem, o que remove toda a experiência de cinema do original, mas por outro lado facilita muito para o que está acontecendo e os ítens espalhados. Ambas soluções tem problemas e o ideal mesmo seria se tivessem feito uma mistura delas. A câmera original esconde muito as coisas enquanto a câmera atrás do personagem é terrível em ambientes pequenos e fechados (onde a maioria da ação acontece). Lendo algumas entrevistas da época, não fica claro de quem partiu a idéia de alterar a câmera, o produtor (e criador) do jogo disse que isso foi uma exigência da Activision para publicar o jogo fora do Japão, enquanto em um comentário no youtube achei um cara falando que alguém na Activision lhe disse que a mudança já veio assim do Japão. Enfim, na entrevista com o produtor fica claro que ele não ficou feliz, pois a mudança alterou a visão original que ele tinha para o jogo.
Blue Stinger vendeu além da expectativa, algo de 500 mil cópias no mundo todo. A SEGA inclusive pediu uma continuação (e o fim do jogo implica isso) mas os desenvolvedores já estavam trabalhando em IllBleed. Blue Stinger ainda estava sendo convertido para o Xbox original mas nunca foi lançado infelizmente.
Eu tinha muita curiosidade em jogá-lo por causa do barulho que fizeram na época, eu até comecei mas desisti por algum motivo que não lembro. Levei em torno de 9 horas pra terminá-lo e fui correndo ver um vídeo da versão japonesa para comparar, confesso que me cocei de vontade de jogá-la só para experimentar a câmera original, mas só de pensar nas idas e vindas que é necessário com aquele monte de chaves, já desisti kkk. Não vou mentir, em certa altura eu já estava cansado pelos motivos que descrevi acima, mas acho que isso é algo mais de mim mesmo, já que não tenho mais paciência
Minha avaliação final é que é um jogo que vale a pena ser experimentado mesmo que seja só pra ver do que se trata. Não é em todo jogo que os personagens param para tomar uma banho (sim, eles fazem isso), ou o personagem principal tem que literalmente subir pelas paredes para se salvar.
Infelizmente a Climax Graphics, desenvolvedora do jogo, fechou em 2002, e o produtor veio a falecer em 2004.
Aqui há uma entrevista com o produtor, provavelmente a última, vale a pena ler (link do archive.org em caso ele se perca):
https://web.archive.org/web/20210831032 ... d-illbleed
Em Blue Stinger controlamos um policial e um capitão de um barco para descobrir o que aconteceu em uma ilha, após ela ter sido atiginda por algo que veio do espaço. É um survival horror, mas meio incomum por que de horror mesmo ele tem pouco. Não há muitos sustos e na maioria das vezez é fácil desviar dos monstros e seguir em diante. Os chefes também são super tranquilos desde que você tenha as armas certas. Armas inclusive é algo estranho a parte, pois podemos comprá-las em máquinas de conveniência espalhadas por todos os lugares (além de encontrá-las pelos cenários).
Com o desenrolar da história descobrimos o que aconteceu com a ilha e com a empresa que fazia experimentos naquele local, e os dois personagens vão ficando mais próximos apesar dos diálogos serem sempre mais pra comédia do que pra qualquer outra coisa. O policial é metido a galã e adora tirar onda com uma mulher que os ajuda através do rádio, algo que não tenho certeza que seria aprovado nos dias de hoje. Jogo é todo em 3D inclusive os cenários, com mais de 200 salas espalhadas por longos corredores, e isso é algo que me deixou de saco cheio: muita ida e vinda entre as diversas partes da ilha. Tipo, pra entrar num elevador precisa-se de uma chave que tá numa sala, mas pra entrar na sala precisa-se de outra sala que está em outro andar, pra chegar no andar é necessário pular uma janela, e ao finalmente entrar no elevador ele não funciona, então agora é preciso atravessar o jogo atrás de um meio chegar no painel de controle do elevador, e assim vai indo. Cansa, muito, no final do jogo eu carregava comigo umas 50 chaves diferentes além de mais um monte de ítens esquisitos. E nem sempre o que fazer é claro, é tudo muito na tentativa e erro, depois de uma certa altura eu apelei para um guia e mapa por que não tinha mais saco de tentar adivinhar o que fazer. Também há alguns eventos com tempo para serem executados, isso quer dizer que se o tempo acabar é necessário começar de novo, um saco, estamos falando de 30 ou 40 minutos de jogo jogados fora. Isso leva a outra reclamação minha: os pontos para salvar o jogo são muito longes, e hoje em dia eu não consigo me dar o luxo de jogar 30 ou 40 minutos sem salvar pois sempre tem algo que pode aparecer e me obrigar a parar.
O jogo acontece no natal e com isso há muita música alegre pelo jogo, e muita referência ao natal nos gráficos (inclusive em certa altura um personagem tem que usar uma roupa de papai noel). Graficamente o jogo não é ruim, é tudo muito coloridos apesar de meio quadrado para os dias de hoje.O que descobri agora é que eles contrataram um cara famoso de hollywood para fazer o design dos monstros, e valeu a pena por que eles são um show a parte principalmente os humanos mutantes, são horríveis (no sentido de meter medo).
O som também é bacana, se não levar em consideração tem música de natal (em um survival horror). São poucas músicas e elas tem aquela batida pra deixar o jogador nervoso, tenso. Também descobri que eles contrataram um cara conhecido no Japão para as músicas (e depois ele ficou famoso com outros trabalhos).
Algo que na época foi muito criticado (e ainda é) é a câmera. A versão original japonesa usa uma câmera fixa em cada sala, pra dar uma visão de filme ao jogo e criar uma experiência cinematográfica. A versão americana mudou para uma câmera atrás do personagem, o que remove toda a experiência de cinema do original, mas por outro lado facilita muito para o que está acontecendo e os ítens espalhados. Ambas soluções tem problemas e o ideal mesmo seria se tivessem feito uma mistura delas. A câmera original esconde muito as coisas enquanto a câmera atrás do personagem é terrível em ambientes pequenos e fechados (onde a maioria da ação acontece). Lendo algumas entrevistas da época, não fica claro de quem partiu a idéia de alterar a câmera, o produtor (e criador) do jogo disse que isso foi uma exigência da Activision para publicar o jogo fora do Japão, enquanto em um comentário no youtube achei um cara falando que alguém na Activision lhe disse que a mudança já veio assim do Japão. Enfim, na entrevista com o produtor fica claro que ele não ficou feliz, pois a mudança alterou a visão original que ele tinha para o jogo.
Blue Stinger vendeu além da expectativa, algo de 500 mil cópias no mundo todo. A SEGA inclusive pediu uma continuação (e o fim do jogo implica isso) mas os desenvolvedores já estavam trabalhando em IllBleed. Blue Stinger ainda estava sendo convertido para o Xbox original mas nunca foi lançado infelizmente.
Eu tinha muita curiosidade em jogá-lo por causa do barulho que fizeram na época, eu até comecei mas desisti por algum motivo que não lembro. Levei em torno de 9 horas pra terminá-lo e fui correndo ver um vídeo da versão japonesa para comparar, confesso que me cocei de vontade de jogá-la só para experimentar a câmera original, mas só de pensar nas idas e vindas que é necessário com aquele monte de chaves, já desisti kkk. Não vou mentir, em certa altura eu já estava cansado pelos motivos que descrevi acima, mas acho que isso é algo mais de mim mesmo, já que não tenho mais paciência
Minha avaliação final é que é um jogo que vale a pena ser experimentado mesmo que seja só pra ver do que se trata. Não é em todo jogo que os personagens param para tomar uma banho (sim, eles fazem isso), ou o personagem principal tem que literalmente subir pelas paredes para se salvar.
Infelizmente a Climax Graphics, desenvolvedora do jogo, fechou em 2002, e o produtor veio a falecer em 2004.
Aqui há uma entrevista com o produtor, provavelmente a última, vale a pena ler (link do archive.org em caso ele se perca):
https://web.archive.org/web/20210831032 ... d-illbleed