Resolvi colocar meu velho meguinha japa pra esquentar. Fazia muito tempo que eu não o ligava, talvez 2 anos ou um pouco mais, desde que ele ficou "daltônico", ou seja, da noite para o dia, a imagem ficou preto e branco. (O Ministério da Saúde adverte: daltonismo não é a perda de sensibilidade às cores) hehe.
Um pouco depois disso, comprei um Genesis com um Sega CD de gaveta, feitos um para o outro. Mas eu sempre senti alguma diferença que não sabia explicar.. Não sabia se era a falta daquele "16-BIT" dourado e bem vistoso, ou se era aquele botão de Reset azul, mas sentia a falta de alguma coisa.
O Genesis cumpriu e cumpre muito bem sua função, não tem problema algum para rodar os meus jogos, e não demonstra problemas de som ou de cor durante os jogos. Mas o meu Mega era Mega Drive, não Genesis.. hehe. Nunca gostei muito do logo nada discreto do Genesis, e os botões brancos do Reset e do Start, no controle, me parecem anêmicos.
Mas, como eu disse, o Genesis tem seu mérito sim. É um Sega 16-bit genuíno, não um clone, nem um emuclone.
Meu Mega Drive, guardado a tempos, estava um tanto empoeirado. Não tive o cuidado de livrá-lo da poeira antes de encaixotá-lo. Isso se fez muito visível quando o tirei de seu longo descanço e o vi com outros olhos. Talvez no momento em que o guardei nem tivesse tempo para tratá-lo com o zelo que costumo tratar meus consoles atualmente.
Registrei seus primeiros suspiros em 2010, ainda com o pó do isopor da caixa. Infelizmente parece que o isopor mudou ao longo desses quase 20 anos de sua existência, e hoje se torna pó com mais facilidade do que antigamente.
Havia uma expectativa no ar. Nunca se sabe quando um console não voltará mais de seu descanço, principalmete nessa idade, depois de tantas e tantas horas de jogo, e de tanto tempo de ociosidade. Ainda estávamos no quarto das tranqueiras.. hehe. Liguei-o em uma TV de 14' para um teste preliminar. Também havia uma esperança de ter devolta as cores dos jogos.
Nenhum jogo me parecia mais apropriado para seu retorno do que um de seus companheiros mais antigos, um Strider japonês. Era uma pena, mas as cores continuavam fora de cena. Não se enganem com a luz naturalmente azulada da TV.
Pelo menos ele teve a honraria de ser ligado àquele som dos tópicos da detonação, em sua recepção. O mesmo som que o tornou tão poderoso 15 anos atrás.
Levei o meguinha pra sala, queria fazer a devida limpeza nele. Pensei em talvez conseguir encontrar algo que explicasse a falta das cores, durante a limpeza.
Pose para a foto.
A caixa preta foi aberta.
Aparência simples para o prazer que proporciona.
Não me lembro de ter feito isso alguma vez na minha vida. Nunca soltei a placa da carcaça inferior. Notei algo estranho. Aquele componente não parecia fazer parte daquilo.
Aos poucos, essa visão foi puxando algo que estava enterrado no fundo do baú da memória: a preocupação com a "transcodificação" dos eletrônicos que rolava na época. Sim, fazia bastante sentido.
Aos poucos fui compreendendo que aquilo ali era a transcodificação da época em que as TVs não traziam vários sistemas embutidos.
Também nunca tinha visto esse código sobre o modelo da placa mãe. Acredito que seja o modelo, e não o ano de fabricação, porque as carcaças plásticas trazem a data de 02 de maio de 1991.
Durante a limpeza, com o álcool apropriado, cotonete e papel higiênico, tentei acessar a parte que fica sob essa placa de alumínio, mas não foi possível removê-la. Estranhamente ela é rebitada na placa mãe...
Outra coisa que queria muito corrigir é a cor do botão Reset, que "amarelou" por fora, como ocorre com a carcaça de muitos consoles. O incomum é que não percebi isso em outros Megas Japoneses, assim como não se vê isso no botão Start do Joystick. O que terá acontecido a esse botão?
Tentei esfregar bem com Bombril e detergente, mas o amarelado está realmente impregnado no plástico. Até melhorou um pouquinho no centro, mas tive que fazer muito esforço para isso. Fiquei até com medo de quebrar alguma das travinhas, por isso achei melhor deixar assim por enquanto.
Um outro dia eu tendo com uma lixa dágua bem fininha.
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Observando novamente aquela transcodificação, percebi algo que deu esperanças.
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Se meu modelo de funcionamento da transcodificação estivesse certo, poderia ser a resposta para o problema das cores.
O velho Samurai foi encaminhado às pressas à mesa branca, ou seja, a mesa de cirurgias. Hehe.
Equipamentos cirúrgicos em mãos, aviso de emergência ligado! Haha.
Cirurgia completada com sucesso, apesar da dificuldade de convencer o estanho a ficar num arame enferrujado, ao invés da ponta de solda.
Testes de continuidade para avaliar a chance de recuperação. Oxidação sempre atrapalha muito.
Devolta à área de menor risco, aproveitei para limpar as tampas da entrada do cartucho, que nunca tinha desmontado, e lubrificar as molas que, ao abrir as tampas, lembravam a introdução de Triller.
Depois de uma boa lavada nas carcaças plásticas, com água mesmo, de secar bem com pano e esperar mais um tempo para secarem totalmente, enquanto fazia a limpeza e secagem dos detalhes com um cotonete (acho que no LED do power tinha poeira ainda do início dos anos 90.. hehe), a remontagem foi feita, e tudo estava pronto para o teste de recuperação.
Só mais uma pose antes do teste, mas agora com tudo limpinho.
Lá estavam elas!!! As cores devolta!!!
Como era bom rever essa cena com meu Mega Drive veterano de guerra!
É claro que o retorno exigia uma comemoração, e essa não podia ser outra senão passar pelas artes gráficas e sonoras desse maravilhoso jogo, ...
...ouvir a frase otimista do maléfico chefão pouco antes de enfrentá-lo (exclusividade da versão oriental de Strider), e ver seu império cair em ruínas, ...
... e voltar para casa. Tudo testemunhado pelo grande guerreiro.
Era hora de rever também algumas coisas interessantes, como a mudança da língua e do título de um jogo em um cartucho ocidental, rodando em um console oriental.
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Voltar a jogar no Mega me fez perceber algo diferente de jogar no Genesis. Conheci um tipo de BUG que nunca tinha observado antes, já que a maioria dos jogos que tenho agora, eu não tinha quando meu Mega estava ok. Percebam nessa foto, que o inimigo está atacando o ar. Não sei porquê, mas ele pensa que estou ali, até levar um golpe.
Isso aconteceu umas 3 vezes. Fora esses pequenos estranhos BUGs, o Mega precisava de sangue, de vingança. O Samurai passou tempo demais longe das lutas.
Ele testemunhava tudo
Mas isso aqui estava quase virando uma nova detonação, o que não era bem o objetivo, pelo menos não hoje. Eu queria mesmo é fazer alguns testes. Fiz mais alguns sobre mudança de nomes de jogo. Não lembrava que no oriente, The Revenge of Shinobi se chamava Super Shinobi. Me lembrou coisas de super Ni***ndo.. hehe
Eu sabia que esse dia chegaria. Não podia fugir desse confronto.. hehe
Sobre esse assunto, as comparações são inevitáveis.
Já que estava com a mão na massa, porque não ir um pouquinho mais a fundo? Coloquei o Mega na TV maior e o Genesis na menor. Sincronizei os dois para ver se o timing deles é igual. Nas primeiras comparações, em que usei cartuchos iguais e de mesma região, o timing foi igual. Mas isso numa certa escala de tempo, que discutirei logo adiante.
Parecia até que as duas TVs estavam ligadas a um mesmo console. Mas não, eles rodaram bem sincronizadinhos.
O "feiozinho" quis entrar na dança também, mas constatei que ele ainda tem muito o que aprender (embora ele seja o melhor dos "não Megas" posteriores que conheço. Esse ainda usa fonte externa e roda SegaCD.)
Dá pra ver que ele se atrasou 1 segundo em mais ou menos 15 minutos.
Voltei o Genesis, e brinquei um pouco com a mudança de região.
Só que esse cartucho eu não tenho repetido, então usei um original comum e outro original, mas 10 pack. Depois de algum tempo, percebi que o Genesis estava ligeiramente mais rápido do que o Mega. O Genesis demorava muito mais tempo para abrir um segundo de adiantamento em relação ao Mega do que o Mega em relação ao feiozinho (Mega III Tec Toy).
Nem cheguei a esperar para ver quanto tempo demorava para isso acontecer, mas digamos que em uns 45 minutos (tempo que fiu ao banco fazer um depósito e deixei eles rolando), o atraso do Mega foi de menos de meio segundo. Mas aconteceu. Como passei a noite toda restaurando o velho Samurai, estava com sono demais para seguir nos testes. Depois quero repetir esses testes e fazer mais alguns.
E como eu disse, o dia foi bom! Além de trazer meu guerreiro devolta à luta, recebi um prêmio de uma promoção, que já nem esperava mais receber, tamanho o atraso da entrega. Ganhei um cartão SD de 4 GB da promoção do provedor POP, Navegue e ganhe. Era para ser de 2 GB, mas do jeito que demorou, aposto que o de 4 GB atualmente está mais barato do que o de 2 GB na época em que eu comecei a navegar. Vai ver não tem mais o de 2 GB em estoque.
Eu achei que era furada, propaganda enganosa, mas o bicho chegou, ainda que com uns 40 dias de atraso em relação ao prazo máximo de entrega. Só espero que também chegue o MP4 que "ganhei" depois do cartão, e o PS2 que estou acumulando agora para ganhar... hehe.
Eu não coloquei em fotos, mas o Mega tem algo a invejar no Genesis e até no feinho: os dois podem "copular" com os Sega CDs de gaveta e de tampa que tenho aqui (embora o de tampa esteja sem leitor). Uma vez, em meados de 1994 ou 95, eu até peguei um Sega CD Tec Toy emprestado com um amigo para ver se meu Mega conseguia copular, mas eles não se entenderam... foi uma pena.. Então, até hoje meu Samurai é celibatário. Preciso arrumar um Mega CD, de preferência de gaveta (se é que existe o modelo 2), para fazê-lo feliz.
Bom, mais uma vez, é isso.
